Publicado em: 16 de fevereiro de 2018
As relações da Rússia com os países da América Latina poderiam representar uma ameaça para os EUA, declarou o chefe do Comando Sul norte-americano, Kurt Tidd.
“O crescente papel da Rússia no nosso hemisfério é muito preocupante, dada a sua inteligência e capacidade cibernética, bem como a sua intenção de minar a estabilidade e a ordem internacional e desacreditar as instituições democráticas”, disse Tidd perante um comitê do senado norte-americano.
Acrescentou que, se não for controlada, a presença de Rússia poderia se tornar “uma ameaça crítica para os EUA”.
De acordo com o militar norte-americano, um maior acesso da Rússia aos postos em Cuba, Nicarágua e Venezuela torna possível “uma coleta de inteligência marítima mais frequente e uma demonstração de força no hemisfério ocidental”.”As relações sólidas com os três países fornecem à Rússia uma plataforma regional para focalizar as instalações e ativos dos Estados Unidos e das nações parceiras”, salientou.
Tidd acrescentou que “a Rússia é um concorrente estratégico que tenta ativamente enfraquecer as alianças dos EUA e prejudicar seus interesses na região”.
A Rússia tenta difundir informações falsas na América Latina através de seus meios de comunicação em espanhol, declarou Tidd.
“Moscou tenta moldar falsamente o ambiente informativo da América Latina através de seus dois serviços dedicados a notícias e informações em espanhol, e através de suas campanhas de influência para afetar o sentimento público”, disse.
No início de fevereiro, o Ministério russo do Exterior declarou que a política da Rússia para a América Latina “é aberta, não se baseia em ideologia, que carece de uma agenda oculta e não está dirigida contra ninguém”. A chancelaria russa também salientou que as relações com os Estados da América Latina são baseadas em interesses comuns e que a cooperação desenvolve-se em vários domínios.O Ministério do Exterior russo fez as declarações em resposta às palavras do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, que em 1 de fevereiro questionou a crescente presença da Rússia na América Latina.
Sputnik