Publicado em: 18 de fevereiro de 2018
Por Genaldo de Melo
Podem acusar o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso de qualquer outra coisa, menos de que faça corpo mole em relação ao cumprimento do seu papel como o grande conselheiro e mentor intelectual das forças mais conservadoras da política brasileira, desde que deixou o Palácio do Planalto em 2002. Muito atrapalhado nas idéias nos últimos tempos, talvez em função da avançada idade (apesar da saúde física de astronauta), mas ele tem procurado pautar politicamente as forças que querem voltar ao poder nas urnas.
Nos últimos meses FHC passou a ser uma presença constante na imprensa tradicional para tentar de todos os modos consertar o erro que foi trabalhar em favor do golpe de Estado que destroçou nossa democracia, simplesmente porque não concordou com o resultado democrático das urnas, que alijou de novo seu partido de voltar a tomar conta de Brasília.
E dialogando com a realidade, em que o candidato que vem querendo se impor no seu partido como o representante nas urnas não decola nas pesquisas eleitorais, ele vem trabalhando como que se fosse um grande traidor com nomes que sejam de fora de seu próprio partido para ver se consegue emplacar alguém que vença nas urnas nas próximas eleições qualquer candidato da esquerda.
A sua grande tentativa apresentando para seus amigos o animador de auditório Luciano Huck, parece que como fumaça d’água está se evaporando pela chaminé do seu telhado político. Mesmo que seja verdade que haja uma cláusula no contrato de Huck com a Globo de que ele deveria ter revelado antes de um ano das eleições que seria candidato (pois sendo deverá devolver seus ricos salários), a sua desistência de participar do processo eleitoral é muito positivo para o Brasil, bem como para ele mesmo que gosta tanto de dinheiro.
E nesse caso, quem perde moral com seus seguidores é exatamente FHC, que já conhecido nos bastidores como traidor dos seus não consegue emplacar o jovem que segundo ele mesmo vem arejar a política tradicional porque “é portador de idéias novas e novos processos políticos…” Mesmo assim FHC é de causar inveja aos procrastinadores e aos pessimistas do front conservador. Seu problema foi escolher o nome errado que não suportou nem mesmo a primeira pancada por ter pego dinheiro do BNDES que tem objetivo específico no setor produtivo para comprar avião particular.
Como diz a gíria popular “deu bode”, mas o homem não desiste e nem quer saber de se aposentar. Como ele não acredita na viabilidade eleitoral de Geraldo Alckmin partiu para outro ataque, agora com a possibilidade de lançar por esses dias como seu candidato à Presidente o dono da Riachuelo, Flávio Rocha, que é apoiado pelo grande “líder político e intelectual”, Kim Kataguiri, e que criou recentemente um movimento neoliberal “revolucionário”, chamado Movimento Brasil 200, para “endireitar” o Brasil.
Por enquanto o incansável batalhador das forças que representam apenas 10% da população brasileira, o ícone Fernando Henrique Cardoso vai tentando, e causando inveja a todos os que estão em pleno vigor da idade mas são preguiçosos políticos. Se a caduquice de fato e reconhecida por todos não lhe pegar antes, ele acaba por fim sendo candidato a presidente de si mesmo. E ele deve saber como fazer isso!