Por: Foto Maurício Carvalho VFRDrone Publicado em: 15 de julho de 2020
Por Genaldo de Melo
Nem mesmo a pandemia do novo coronavírus é suficiente para fazer com que os bastidores da política não fervam em Feira de Santana. Ao analisar narrativas dos famosos “senadinhos” do município, e principalmente as redes sociais, observamos que cerca de quase uma dezena de nomes se colocam como prováveis pré-candidatos à prefeito.
Porém, de todas as forças políticas que estão se colocando nesse tabuleiro do xadrez político local, no final das contas terminam com chances reais de chegar ao segundo turno, conforme todas as últimas pesquisas oficiais que foram feitas, apenas três ou quatro nomes que podem agregar forças suficientes para concretizar tal objetivo.
Em primeira análise, vemos a pré-candidatura do ex-deputado estadual Carlos Geilson (Podemos), que é uma grande incógnita. Ele vem de uma estrutura que parece que não fez muito esforço para ele se reeleger, provavelmente para não brilhar tanto em substituição da estrela dos últimos vinte anos no poder.
Hoje ele está na estrutura da base do governador Rui Costa (PT), mas nas entrelinhas de todo esse processo observa-se ainda falta de capilaridade para chegar ao segundo turno, o que o determinará muita capacidade, trabalho e muita estrutura para tal coisa. Rumores dão conta de que orbita em seu entorno o deputado estadual Targino Machado, ainda filiado ao DEM de Zé Ronaldo. Por isso, a incógnita em torno de seu nome!
Controlando a máquina municipal, e tendo em seu entorno todo um grupo político ainda coordenado pelo ex-prefeito Zé Ronaldo, aparece com chances reais de chegar ao segundo turno o atual mandatário do Paço Municipal, Colbert Martins (MDB). Rumores e narrativas de sua impopularidade e até mesmo incapacidade administrativa não é coisa suficiente para se dizer que ele está fora do páreo.
Ninguém em sã consciência vai acreditar na narrativa de que ele é fraco eleitoralmente dada as suas condições. Ele é quem dá as cartas na administração municipal e controla toda a máquina, apesar de rumores de que não coordena nada. Ele simplesmente é o atual prefeito e tem em torno de si todo um exército da máquina municipal para fazer o que quiser até o dia das urnas. Se os rumores forem certos e não sair nenhuma carta da manga de quem como eminência parda coordena o grupo que lhe ajuda a governar, ele poderá está com vaga garantida no segundo turno das eleições.
Fortes rumores na cidade dão conta de que ele poderá ter como seu parceiro de chapa cidadão da confiança do ex-prefeito para tentar vencer, para se fazer um trabalho para ele voltar a Câmara Federal e pavimentar o caminho de volta do líder maior deles todos. Mas primeiro tem que chegar ao segundo turno e vencer as eleições. Mudanças estão sendo feitas na administração para aumentar sua capilaridade eleitoral, mas ainda é cedo para se saber se isso pode dá certo.
Na outra ponta do tabuleiro do xadrez local está o deputado federal Zé Neto (PT), que todas as últimas pesquisas que foram feitas apresentam ele em céu de brigadeiro para está presente no segundo turno, e pela primeira vez tentar chegar ao Paço Municipal, como força política a substituir o atual grupo que governa a mais de vinte anos.
Zé Neto, de todos os postulantes segundo todos os levantamentos até agora é nome garantido no segundo turno. Como existe de forma natural na política um cansaço em relação ao modelo administrativo dos últimos vinte anos, ele é quem está canalizando as energias eleitorais para substituir o modelo atual. Seus maiores trunfos têm sido isso, aliado a um grupo político que o acompanha desde sempre, e ainda contando com seu maior “cabo eleitoral”, que é exatamente o governador Rui Costa, aprovado pela maioria dos baianos.
Outras forças existem, mas ninguém acredita que possam se reinventar em tão pouco tempo para está no segundo turno. Como Targino Machado (DEM) faz parte do partido de Zé Ronaldo, será que ACM Neto nesta altura do campeonato vai querer perder sua maior liderança do interior da Bahia, confrontando ou negociando para ele ser uma carta na manga? Uma incógnita.
Tarcísio Pimenta também faz parte do mesmo partido do ex-prefeito, e não se ver nenhuma possibilidade de se reinventar nesse momento por ninguém, apesar de suas receitas de sucos naturais. A deputada federal Dayane Pimentel (PSL) até o momento não demonstrou para a população feirense para que mesmo veio como deputada federal, e parece difícil de se viabilizar se até mesmo ficou morando em Salvador em vez de Feira de Santana.
Ainda existem outros prováveis postulantes ao cargo de prefeito, mas todos sem estrutura política, e muitos até mesmo desconhecidos do grande público feirense. Tem Roberto Tourinho, destacado vereador, o empresário Carlos Medeiros, do Partido Novo, sem experiência eleitoral, e Jonathas Monteiro, do PSOL, que já chegou nas urnas perto de trinta mil votos. Mas todos sem condições reais, porque política é lógica, números e estrutura.
Pelo que se ver, mesmo com essa crise sanitária em função da pandemia do novo Coronavírus, a política com seus bastidores em Feira de Santana não deixa de ferver a feijoada das eleições municipais. Mas muita água ainda vai ter que se colocar nesse caldeirão até se ver quem são os donos da festa!