Publicado em: 18 de agosto de 2020
Ainda não é hora de parar de usar máscaras, nem de sair sem necessidade de casa e descuidar da higienização das mãos.
Em cinco meses de pandemia de covid-19, Feira de Santana já atingiu o pico da curva e passa agora por um momento de queda. A informação é da médica infectologista Melissa Falcão, coordenadora do Comitê Municipal de Enfrentamento à doença, durante entrevista coletiva online, na manhã desta terça-feira (18).
Ela alerta que para que os números continuem caindo a população precisa manter os cuidados. Ainda não é hora de parar de usar máscaras, nem de sair de casa sem necessidade e descuidar da higienização das mãos.
“Nosso pico já foi alcançado, atingimos nosso pico no dia 3 de julho quanto tivemos 1.068 casos confirmados em uma semana. Depois disso vimos uma tendência de queda, 745, 742 casos confirmados por semana. Nas últimas duas semanas de julho e na primeira de agosto mantivemos um momento estável com cerca de 500 casos semanais, e nesta última semana que fechamos na sexta-feira passada, foram 455 casos na semana. É uma tendência realmente de queda da epidemia, mas isso não significa que podemos relaxar”, afirmou.
A médica destacou que os dados são acompanhados o tempo todo e que até o momento a abertura do comércio não teve impacto negativo no enfrentamento da doença. A equipe também está observando a repercussão da abertura de restaurantes e academias. Segundo Melissa Falcão, o número de pacientes internados e o número de óbitos são os principais marcadores para a execução de medidas.
“Vimos que a abertura do comércio não teve impacto negativo na nossa curva. Estamos analisando também a abertura de restaurantes e, até o momento, não houve nenhuma repercussão maior na curva. Ela continua caindo, mas é um momento em que a gente precisa de muita observação para que a gente possa continuar sem precisar retroceder. Estamos sempre atentos aos dados semanais, e como principal marcador, temos o número de pacientes internados, que tem diminuído sensivelmente, e o número de mortes. Já chegamos a ter em uma semana 31 mortes somadas, isso se deveu ao período de pico e mortes acumuladas durante o período de investigação, e nesta última semana foram sete óbitos”, destacou.
Demanda de exames de RT-PCR cai e número de resultados negativos aumenta
Além do número de casos, óbitos e de internações em declínio mais dois fatores caracterizam essa queda na curva da pandemia: o número de solicitações por exames para confirmar a doença e o número de exames com resultados negativos. Segundo a infectologista, embora exista e oferta, tem caído a procura por exames RT-PCR, considerado padrão ouro na detecção do novo coronavírus, e a taxa de negatividade para o vírus nos resultados dos exames aumentou. Além disso, há hospitais da rede particular desativando leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), voltados para covid-19.
“Diante da redução do número de internamentos na cidade algumas unidades de saúde privadas estão começando a reduzir o número de leitos destinados a covid-19. Um hospital privado já desativou uma ala de clínica e uma segunda Unidade de Terraria Intensiva (UTI) que foi criada só para a pandemia. Isso por conta da baixa demanda. No Hospital de Campanha, na semana passada, dos 50 leitos clínicos, tínhamos três pacientes internados. Então era uma taxa muito baixa. Era um paciente confirmado e dois suspeitos. E dos pacientes internados com suspeita, muitos deles estão sendo negativos. Então a taxa de negatividade dos testes também aumentou. O estado liberou e a prefeitura já está liberando o exame PCR para todo quadro de síndrome gripal, então quando a gente vê uma redução da procura, não é por falta da oferta de exames. Estamos com liberação de realização de PCR em grande escala para qualquer procedimento de síndrome gripal independente de idade ou grupo de risco, e temos visto que cada vez essa procura tem sido menor. Não estamos vendo isso apenas no serviço público. Nos laboratórios privados também está tendo uma redução da procura por esses exames.”, explicou.
Menos pessoas aguardando resultados
Melissa Falcão explicou ainda que o número baixo de pessoas aguardando resultados de exames, informado nos boletins diários, também caiu por conta da baixa demanda por exames, mesmo com a secretaria e os laboratórios particulares ofertando o exame normalmente.
“Quando a gente vê no nosso boletim aguardando resultados de exames, tínhamos 800, 700 casos, e isso está reduzindo. No boletim de ontem havia 229 aguardando resultado. Isso não quer dizer que não estamos fazendo exames, mas sim que os resultados estão saindo de uma maneira mais rápida pelo fato de serem em quantidade menor. É uma queda real”, garantiu.
Atualmente Feira de Santana tem 8.251 casos confirmados entre período de 06 de março a 17 de agosto, sendo que 7.044 estão recuperados, 164 morreram e 1.005 estão ativos. Neste período, 8.255 exames realizados deram negativo.