Bahia, 25 de novembro de 2024 às 02:17 - Escolha o idioma:

PF prende deputado bolsonarista que publicou vídeo com ataques a ministros do STF


Publicado em: 17 de fevereiro de 2021


O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso na noite desta terça-feira (16) pela Polícia Federal após publicar um vídeo em que proferia ofensas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem de prisão foi do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Silveira, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro, é investigado no inquérito que apura atos antidemocráticos com ataques contra o Legislativo e o Judiciário, e também no inquérito das fake news.

No vídeo, postado em rede social, o bolsonarista faz apologia ao AI-5 (ato de repressão da ditadura militar), defende o fechamento do STF e critica seis ministros: Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli.

Após a chegada da PF na sua casa em Petrópolis, no Rio de Janeiro, ele publicou um novo vídeo informando a chegada dos agentes e dizendo que o pedido de prisão era ilegal. “Aos esquerdistas que estão comemorando, relaxem, tenho imunidade material. Só vou dormir fora de casa e provar para o Brasil quem são os ministros dessa suprema corte. Ser “preso” sob estas circunstâncias, é motivo de orgulho”, declarou.

No trecho acima, ele manda um recado a Alexandre de Moraes, dizendo que já foi preso mais de 90 vezes na Polícia Militar do Rio de Janeiro. “Você acha que vai me assustar e me calar? Claro que não. Na verdade, só vai me incentivar, isso é um aditivo”, avisou, acrescentando que, com a prisão, “o jogo evoluiu um pouquinho” e ele vai se dedicar mais a colocar “um por um” [dos ministros da Corte] em “seus devidos lugares”.

Na decisão em que determinou a prisão, o magistrado pediu que o YouTube retire o vídeo do ar e classificou as falas como “gravíssimas”. “Não só atingem a honorabilidade e constituem ameaça ilegal à segurança dos ministros do Supremo Tribunal Federal, como se revestem de claro intuito visando a impedir o exercício da judicatura, notadamente a independência do Poder Judiciário e a manutenção do Estado Democrático de Direito”, escreveu.