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Butantan anuncia vacina 100% nacional contra a Covid-19;testes clínicos já foram iniciados


Publicado em: 26 de março de 2021


O governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram, nesta sexta-feira (26), o desenvolvimento de uma vacina 100% nacional. A ButanVac, como está sendo chamada, é uma criação dos cientistas do próprio centro de pesquisas e será produzida integralmente no país. O governador do estado, João Doria (PSDB), louvou a iniciativa e disse que a “vacina do Brasil é fruto do trabalho, da luta e da perseverança”.

O Butantan lidera um consórcio internacional, do qual é o principal produtor. Por isso, se tudo ocorrer como o previsto, 85% da capacidade total de fornecimento da vacina sairá do órgão do governo paulista.

De acordo a revista Veja, Dimas Covas, diretor da instituição, disse que o pedido de autorização de testes em voluntários brasileiros será feito, ainda hoje, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O estudo clínico que pleiteia a liberação do fármaco avaliará a aplicação em diferentes intervalos de tempo. A pesquisa visa a participação de adultos, com idades acima de 18 anos. Grupos prioritários já atualmente vacinados pelo programa do Ministério da Saúde não farão parte dos testes.

Se a vacina obtiver a liberação da Anvisa, o Butantan realizará ensaios de fase 1 e 2 em abril. Estas etapas iniciais são fundamentais para se aferir a segurança do medicamento em humanos. Os cientistas avaliarão a capacidade de promoção de resposta imune em 1,8 mil voluntários. Posteriormente, na fase 3, que estipula a eficácia da nova fórmula, até 9 mil pessoas irão participar dos testes.

Segundo o Correio Braziliense, a ButanVac já passou pelos testes pré-clínicos. Nessa fase, o fármaco foi testado em animais, para fins de avaliação de efeitos positivos e de toxicidade. Os resultados foram promissores, segundo João Doria. O imunizante também será testado nos dois outros países que participam da aliança: Vietnã e Tailândia. Neste último, a fase 1 já começou.

Na noite desta quinta-feira (25), o governador de São Paulo divulgou um vídeo para a imprensa. Ao lado do diretor do Butantan, Dimas Covas, ele convocou uma entrevista coletiva para às 8 horas desta sexta-feira (26). Doria ressaltou que o propósito do evento era dar uma “notícia espetacular, que nos enche de esperança em relação à saúde, à ciência e à vida dos brasileiros”. Sem adiantar a novidade da criação do imunizante, o gestor do estado, atualmente, mais afetado pela pandemia de coronavírus afirmou que a anúncio é fruto do trabalho dos cientistas do Butantan ao longo de vários meses.

100 MILHÕES DE DOSES POR ANO –Hoje, durante a coletiva sobre o novo antígeno, o Butantan afirmou que poderá produzir 40 milhões de doses a partir de maio e 100 milhões a cada doze meses.

Conforme João Doria, a expectativa é que a vacina seja usada amplamente já no segundo semestre de 2021. De acordo com a Veja, a instituição também prepara uma versão do imunizante para a variante P1 de Manaus. “Não dependeremos da importação de nenhum insumo”, frisou Dimas Covas, salientando que o imunizante contra a Covid-19 usará a mesma tecnologia da vacina contra a gripe.

O Butantan já fabrica o imunizante CoronaVac, em parceria com o laboratório chinês Sinovac Life Science. Nesse primeiro momento, o instituto usa insumos importados da China. Vacina mais usada, até o momento, no Brasil, a CoronaVac já teve 25,5 milhões de doses distribuídas pelo Ministério da Saúde.