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Pisando em ovos, Bruno Reis e Rui seguem buscando equilíbrio entre ‘vida e economia’


Por: Foto: Valter Pontes/ Secom-PSM Publicado em: 14 de junho de 2021


por Fernando Duarte

 

Quatro meses após o reinício de medidas mais duras para conter o coronavírus, os gestores públicos baianos ainda não conseguem encontrar o meio termo ideal para lidar com a crise. Tanto que, nos bastidores, há o entendimento geral que a população não consegue lidar com restrições por muito mais tempo. A dificuldade é evitar o colapso da saúde ao mesmo tempo em que interrompe a desaceleração econômica. E não é uma conta simplista, como defende desde o início da pandemia o presidente Jair Bolsonaro.

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, tem evitado endurecer mais as medidas. Sabe que a lua de mel dele com a população após a eleição não duraria tanto tempo com a adoção de contenções duras demais. O ex-prefeito ACM Neto mediu isso de maneira cuidadosa para evitar sair com a imagem arranhada do Palácio Thomé de Souza e conseguiu. Bruno ainda não pode se dar ao luxo de adotar o método da tentativa e erro para pôr fim à relação “adocicada” que ainda mantém com os eleitores. Isso justifica, inclusive, o fato de medidas impopulares como o toque de recolher e a proibição da venda de bebidas alcoólicas aparecerem nos decretos estaduais, apenas reforçados pelos textos soteropolitanos.

A capital baiana enfrenta a dificuldade de financiar por mais tempo a infraestrutura de saúde sem os repasses integrais da União, como aconteceu no passado. O erro – na minha avaliação intencional – do governo Bolsonaro em não prever a continuação da pandemia no orçamento federal pode zerar os cofres de municípios organizados fiscal e contabilmente, como é o caso de Salvador. Tal motivação explica a bandeira branca com o ministro da Cidadania, João Roma, e a pose para vídeo e foto com o presidente da República. A oposição pode aproveitar para criticar, mas Bruno Reis fez o que se espera de um gestor – ainda mais um com a cuia na mão.

Do lado do governo da Bahia, Rui Costa segue o costume de não dividir as decisões – mesmo que a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, insista em antecipar a divulgação de qualquer endurecimento na Região Metropolitana. Com dimensões similares às de um país, a Bahia enfrenta múltiplas fases da pandemia com especificidades de cada território. Por isso, a adoção de restrições por áreas talvez tenha sido uma das mais acertadas até aqui. Passado tanto tempo do início da pandemia, o carro pegou no tranco.

Enquanto não houver vacinas para massificar a imunização, os ajustes para restringir e reabrir as atividades econômicas devem acontecer com frequência. Infelizmente, não estamos tão perto de voltar à normalidade – talvez nunca voltemos, inclusive. Porém é preciso dar espaço para reconhecer o esforço de figuras como Bruno Reis e Rui Costa, que seguem na tentativa de lidar melhor com a crise do que o equivalente federal.

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