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Bolsonaro diz que não ataca STF, mas acusa ministros de desejarem volta da corrupção


Publicado em: 7 de agosto de 2021


O presidente Jair Bolsonaro (foto ilustração) afirmou na sexta-feira que não faz ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas em seguida afirmou que parte da corte “quer a volta da corrupção e da impunidade”.

“O que parte do nosso querido Supremo Tribunal Federal quer? A volta da corrupção e da impunidade. Não estou atacando o Supremo Tribunal Federal”, disse Bolsonaro durante um almoço com empresários em Joinville (SC).

O presidente também lembrou que, na véspera, o presidente do STF, Luiz Fux, mencionou as reportagens com os constantes ataques que faz aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso e, mais uma vez, criticou a imprensa.

“Quem busca informação na mídia já está desinformado. Não ofendi nenhum ministro do Supremo, apenas falei da ficha do senhor Barroso”, afirmou.

Bolsonaro voltou a acusar Barroso, que atualmente preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de ter interesses particulares ao ser contrário ao voto impresso, além de destilar uma série de acusações ao ministro, como de ser favorável ao aborto e contrário à família.

“É esse que fala que as urnas são invioláveis”, afirmou. “Esse tipo de gente quer decidir as eleições do ano que vem. Eu quero e desejo eleições. Limpas, democráticas, sem que de meia dúzia de pessoas sem compromisso com a liberdade conte nossos votos em uma sala escura.”

A proposta de voto impresso defendida por Bolsonaro foi derrotada na quinta-feira na Comissão Especial da Câmara onde foi analisada por 23 votos contrários a 11 favoráveis. Ainda assim, o presidente insiste em manter a defesa da proposta e o governo pressiona para que seja levada a plenário, apesar das chances ainda menores de ser aprovada.

O presidente tem afirmado que o sistema eletrônico de votação é passível de fraudes e repetido, que a votação eletrônica não é auditável.

Em seu discurso a empresários, Bolsonaro afirmou que nunca fez nada fora da Constituição, apesar de já ter insinuado mais de uma vez que poderia não haver eleições em 2022 e ter, nesta semana, ameaçado agir fora da Constituição e dito sobre Moraes: “sua hora vai chegar”.

“O que menos existe é harmonia [entre os Poderes], nunca proferi uma só palavra, tive um só ato ou tive uma só posição fora das quatro linhas da Constituição”, afirmou. (reuteres)