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Bolsonaro reúne ministros no Conselho de Governo; vice não participa


Publicado em: 8 de setembro de 2021


Jair Bolsonaro reuniu os ministros no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira (8). O encontro do Conselho do Governo ocorre um dia após as manifestações antidemocráticas (inclusive por parte do presidente) que marcaram o Sete de Setembro. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, não participa da reunião, em função do cumprimento de agenda no Pará.

De acordo com o Estadão, a convocação do concílio, nesta terça-feira (7), veio acompanhada de mais uma ameaça de golpe de Estado. Isto porque Bolsonaro aventou a possibilidade de reunir, também, o Conselho da República, com a finalidade de “enquadrar” os demais Poderes, tom que balizou seus discursos no dia de ontem, já que entre as competências do órgão estão deliberar sobre temas como intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio.

O presidente, no entanto, não ultrapassou o limite da insinuação, reunindo, apenas, a esfera de caráter consultivo, para discutir ações da gestão federal. Ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira, dois ministros afirmaram que a pauta do encontro seria a análise dos atos do Sete de Setembro. Eles negaram o agendamento da convocação do Conselho da República, citada, por Bolsonaro, no discurso que proferiu, ontem, em Brasília.

Em tom intimidador aos outros Poderes, Bolsonaro afirmou que os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, também participariam da reunião. Todavia não houve convite às partes citadas. Os líderes do Congresso Nacional têm sido incisivos na sinalização de que não apoiarão tentativas de ruptura institucional, por parte do chefe de Estado.

Conforme o Estadão, o presidente do STF, que não integra formalmente o Conselho da República, disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não participaria de qualquer reunião do colegiado. Fux lembrou que a previsão constitucional não o inclui como parte do órgão.

Ontem, em São Paulo, Jair Bolsonaro voltou a ameaçar a Suprema Corte, em especial o ministro Alexandre de Moraes, que o incluiu como investigado no inquérito das fake news, por ataques ao sistema eleitoral. O STF deve se pronunciar a respeito ainda hoje.