Publicado em: 7 de fevereiro de 2022
Vítima estava grávida de 9 meses e o bebê também não resistiu
Acusado de matar a mulher, Jéssica Regina Macedo do Carmo, de 31 anos, com um tiro nas costas, por volta das 14h de sábado (5), na cidade de Santo Estevão, o ex-vereador e atual chefe de gabinete da prefeitura do município, George Abreu, alegou, em depoimento ao delegado Gustavo Coutinho, plantonista regional, que o disparo ocorreu de forma acidental, dentro do quarto do casal. A vítima estava grávida de 9 meses e o bebê também não resistiu ao ferimento.
Conforme o suspeito, o casal teve uma discussão pouco antes de o disparo acontecer. George Abreu afirmou, ainda, que a mulher ameaçou tirar a própria vida e a da criança.
O delegado Gustavo Coutinho relatou que os óbitos foram constatados no Hospital Municipal de Santo Estevão e que a residência do casal foi periciada. Ele também deu detalhes do depoimento prestado pelo servidor municipal.
Conforme a autoridade policial, o acusado disse estar em uma união estável há 1 ano e 3 meses com a Jéssica, que era um relacionamento tranquilo, que nunca houve briga nem nenhum tipo de confusão, mas que, nos últimos dois meses, ele estava observando que ela estava um pouco insegura.
Também afirmou gostar da mulher e que lavava os carros na área externa da residência quando a vítima, que arrumava o enxoval do bebê no quarto do casal, já que faria a cesariana no dia 22 de fevereiro, solicitou sua presença. Ela o chamou no quarto e, quando ele se aproximou, ela novamente perguntou se ele gostava dela realmente, se jurava que gostava dela, ele disse que ficou um pouco desconfiado, mas falou que amava. Aí, ela falou que não queria ser um peso na vida dele, e que se ela fosse ser um peso, nem ele nem ela iriam ver o filho nascer, contou o delegado.
De acordo com o Acorda Cidade, inicialmente, a informação era de que o ex-vereador estaria limpando a arma, quando o disparo aconteceu. No entanto, segundo Gustavo Coutinho, o acusado disse que Jéssica estava segurando a arma, uma espingarda com dois canos serrados, pertencente a ele. O suspeito alegou, então, que se aproximou dela para tentar tomar a arma. Ele se aproximou e tentou dar um abraço nela, para tentar tomar a espingarda, e, com isso, ele disse que ela deu um passo para trás, acabou se desequilibrando e ele caiu por cima dela, e que, nesse momento, houve o disparo, relatou.
Logo após, o acusado disse ao delegado que achou que o tiro tinha pegado no peito dele, mas que, quando virou o corpo dela, viu as costas com sangue, percebendo que o disparo havia atingido as costas de Jéssica. Com isso, o suspeito salientou que ficou apavorado e que tentou carregar a mulher no colo, colocando-a no banco traseiro do carro. Ele falou que a intenção dele era tentar salvar a vida dela e do filho. Ele se dirigiu, rapidamente, ao Hospital Municipal para prestar socorro, e lá deu entrada, mas veio a óbito, contou Gustavo Coutinho.
Ainda segundo o Acorda Cidade, o delegado relatou que o suspeito se apresentou na delegacia bastante emocionado, não se negando a responder nenhum dos questionamentos feitos pela polícia. No entanto, enfatizou que somente os próximos passos da investigação irão determinar se o disparo foi, de fato, acidental, ou se houve intenção de matar. Ele estava bastante emocionado, contou tudo com detalhes. Tudo o que era perguntado ele respondia. E disse que foi dessa forma: que foi um tiro acidental; que essa arma pertencia a ele e ficava atrás da porta; e que ele nunca imaginava que a mulher iria cometer um ato desses, frisou.
Na versão apresentada pelo suspeito, ele jamais foi observou que a vítima estava em depressão. No entanto, disse estranhar o fato de ela perguntar muito, ultimamente, se ele gostava dela.
Conforme a polícia, como George Abreu se apresentou espontaneamente na delegacia, não houve prisão em flagrante. Um inquérito foi instaurado para apurar os as circunstâncias da morte de Jéssica. O delegado Gustavo Coutinho disse que será feita a reconstituição do crime e que o delegado Luis Osório, titular de Santo Estevão, ouvirá diversas testemunhas e pessoas ligadas ao casal, além de periciar os celulares da vítima e do acusado. A partir daí, ficará provado se houve realmente um acidente ou se foi um homicídio. Uma discussão que culminou nessas mortes, destacou Coutinho.