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Com inflação acima de 12% Paulo Guedes diz que “já saimos do inferno”


Publicado em: 19 de maio de 2022


Guedes diz que ‘inferno’ da inflação passou e que é ‘natural’ ele seguir no cargo se Bolsonaro for reeleito

Ministro deu declarações em evento em SP. Inflação em abril foi de 1,06%, a mais alta para o mês desde 1996; mercado financeiro prevê inflação em 7,89% ao final deste ano; meta é 3,5%.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na quinta-feira (19) em um evento em São Paulo que o Brasil já saiu do “inferno” da inflação e que é “natural” ele continuar no cargo em um eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação em abril registrou alta de 1,06%a maior para o mês desde 1996.

Além disso, segundo o Banco Central, os analistas do mercado financeiro preveem a inflação em 7,89% ao final deste ano. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%.

“Está faltando manteiga na Holanda, tem gente brigando na fila da gasolina no interior da Inglaterra, que teve a maior inflação dos últimos 40 anos e vai ter dois dígitos já já. Eles estão indo para o inferno. Nós já saímos do inferno, conhecemos o caminho e sabemos como se sai rápido do fundo do poço”, declarou Guedes em evento da Arko Advice e Traders Club.

Puxado principalmente pela alta dos preços dos combustíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, atingiu 12,13% nos últimos 12 meses até abril, maior inflação para o período de 1 ano desde outubro de 2003.

Para conter a alta de preços, o Banco Central tem subido os juros básicos da economia há 15 meses. Atualmente, a taxa Selic está em 12,75% ao ano, o maior patamar em mais de cinco anos. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, acredita que o pico da inflação será entre os meses de abril e maio.

Eventual segundo mandato

Ainda no evento desta quinta-feira, Paulo Guedes disse ser “natural” continuar no cargo de ministro se o presidente Jair Bolsonaro for reeleito.

“Se essa coalizão seguir, é natural que eu ajude, que eu apoie, que eu esteja lá”, declarou.

“Em um aliança de liberais conservadores, vão apoiar, vão acelerar privatizações, vamos zerar o IPI, vamos aprofundar o choque de energia barata. Se essa for a música, vou correndo atrás. Se a música mudar, estou velhinho, estou cansado, não consigo tirar férias. Mas parece que a banda está tocando bem”, acrescentou.

O colunista do g1 Gerson Camarotti informou que, em uma conversa com Paulo Guedes, Bolsonaro disse ao ministro que a agenda de privatizações do governo só vai “decolar” em um eventual segundo mandato.