Publicado em: 28 de junho de 2022
Mykola Mykhailets contou ao lado da mulher como foi momento em que o prédio foi atingido. Foram confirmadas 18 mortes; 36 seguem desaparecidas.
Durante a segunda-feira (27), um shopping foi atingido na cidade de Kremenchuk, na Ucrânia, a explosão foi atribuída a um missil russo que teria sido lançado ao local. O número de mortos aumenta desde então. Na última atualização desta reportagem os serviços de emergência haviam confirmado 18 vítimas fatais.
Bombeiros e soldados ainda procuraram sobreviventes. As autoridades disseram que 36 pessoas ainda estão desaparecidas.
“Vi muitas pessoas feridas, pessoas queimadas, algumas cobertas de sangue. Uma menina caiu e nós a ajudamos a puxá-la. Ela continuou caindo e perdendo a consciência, mas tentamos ajudá-la”, disse Mykola Mykhailets, um dos sobreviventes.
Bombeiros de aparência exausta sentaram-se em um meio-fio depois de uma noite lutando contra o incêndio e procurando por sobreviventes, principalmente em vão. Oleksandr, molhando o rosto com uma garrafa de água no banco, disse que sua equipe trabalhou a noite toda revirando os escombros.
“Retiramos cinco corpos. Não encontramos ninguém vivo”, disse ele.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de atingir civis deliberadamente no ataque na cidade de Kremenchuk, no centro da Ucrânia, longe da linha de frente. Ele o classificou como “um dos ataques terroristas mais desafiadores da história europeia”.
A Rússia disse que o incidente foi causado por um ataque a um alvo militar legítimo. Seu Ministério da Defesa disse que disparou mísseis em um depósito com armas ocidentais, onde uma explosão de munição causou o incêndio no shopping próximo.
Moscou disse que o shopping estava em desuso e vazio no momento do ataque, uma afirmação claramente contrariada por sobreviventes feridos, como Ludmyla Mykhailets, 43, que estava fazendo compras lá com o marido (citado anteriormente) quando a explosão a jogou no ar.
“Eu voei de cabeça e estilhaços atingiram meu corpo. O lugar inteiro estava desmoronando”, disse ela em um hospital público próximo, onde estava sendo tratada.
Líderes das principais democracias do Grupo dos Sete (G7), em uma cúpula na Alemanha, disseram que o ataque foi “abominável”.
“O presidente russo (Vladimir) Putin e os responsáveis serão responsabilizados”, disseram em comunicado conjunto.
A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, disse à Reuters que outro míssil também atingiu uma fábrica próxima, que foi fechada e não um alvo militar.
“É uma questão sobre crimes contra a humanidade”, disse ela. “Acho que é como um bombardeio sistemático da infraestrutura civil – com que objetivo? Para assustar as pessoas, matar pessoas para fazer terror em nossas cidades e vilarejos.”
g1