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Pesquisa indica empate técnico entre Jerônimo Rodrigues e ACM Neto


Publicado em: 5 de agosto de 2022


Levantamento mostra ex-prefeito com 38,8% e o petista com 37,8%

 

A disputa eleitoral para o Governo da Bahia ficou mais acirrada. Se o pleito fosse hoje, o novo governador seria escolhido em um segundo turno. É o que mostram os resultados da nova rodada da pesquisa A TARDE/AtlasIntel. Os candidatos ACM Neto (União Brasil) e Jerônimo Rodrigues (PT) estão tecnicamente empatados, o primeiro com 38,8% das intenções de voto, e o segundo com 37,8%. Em seguida aparecem o candidato do PL, João Roma, que soma 13,2%, Kléber Rosa (PSOL), com 1,4%, e Giovani Damico com 0,1% dos votos. Somados, votos brancos e nulos e a categoria dos que não souberam em quem votar atingem 8,6% dos entrevistados.

Na comparação com o levantamento anterior do instituto, publicado no dia 17 de julho, o candidato petista foi o que mais cresceu dentre os que aparecem na preferência dos eleitores. Jerônimo subiu 5,2 pontos percentuais, enquanto o ex-prefeito de Salvador recuou 0,9 ponto. João Roma subiu 2,7 pontos.

A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Foram ouvidas 1.600 pessoas, no período de 30/07/2022 a 04/08/2022), contemplando 329 municípios baianos.

Segundo turno

A pesquisa ainda ouviu os eleitores sobre um eventual segundo turno, apresentando três cenários. No confronto entre Neto e Jerônimo, novamente há empate técnico: 42,7% contra 39,9%. Na disputa entre ACM Neto e João Roma, o primeiro sairia vencedor, com 49,7%, contra 25,3% do segundo.

O ex-ministro da Cidadania também sairia derrotado se enfrentasse o candidato petista. Nessa hipótese, Roma teria apenas 23,8% dos votos, enquanto Jerônimo seria eleito com 48,2%.

Eleição nacionalizada

Como historicamente acontece na Bahia, a eleição para presidente da República incide sobre a escolha dos candidatos dos baianos no nível local. A pesquisa apresentou aos respondentes o nome do pleiteante à Presidência ao lado do candidato ao governo baiano.

Para quem vota em Luiz Inácio Lula da Silva para o Planalto, 57,9% optam por Jerônimo Rodrigues, enquanto 29% escolhem ACM Neto. Para quem diz votar em Jair Bolsonaro, 51,2% escolhem João Roma e 38,7% Neto. “Os mais pobres e com menor instrução tendem a cruzar o voto entre Lula e ACM, são eleitores que não acompanham o noticiário e não olham as eleições de maneira ideológica. A campanha de Jerônimo vai focar nesses eleitores, a associação com Lula pode reverter o quadro. Quanto mais pobre o eleitor, mais provável a associação com Lula”, analisa o doutor em ciência política Andrei Roman, CEO do Instituto AtlasIntel.

De acordo com a pesquisa, é expressivo o número de eleitores que já escolheram o candidato à Presidência, mas que ainda não se decidiram sobre o Governo da Bahia. 55% dos entrevistados disseram que ainda não sabem em quem irão votar para o Palácio de Ondina. A quantidade de votos brancos e nulos também é grande, com 34,9%.

Segmentação

O levantamento também cruzou os dados dos respondentes e verificou que entre os homens, Jerônimo Rodrigues é o preferido (43,1%), enquanto ACM Neto lidera entre as mulheres (44,6%). No quesito nível educacional, Jerônimo é o escolhido pela maioria dos que têm Ensino Superior e Médio, com 45,4% e 44,5%. Já Neto é o preferido dos que têm até o Ensino Fundamental, com 47%.

Quanto à faixa-etária, ACM Neto está na preferência de quem tem de 16-24 anos (60,1%) e 35-44 (37,6%). Já Jerônimo é mais citado entre quem tem 25-34 (44,1%), 45-59 (46,3%) e os idosos, entre 60-100 (39,4%). “Eleitores jovens têm nítida preferência por ACM Neto. Quanto mais velho, mais forte a preferência por Jerônimo, seja pela memória enraizada do PT ou por conhecer o legado do carlismo”, diz Roman.

Senado

Ao que parece, a maioria dos baianos já se decidiu sobre a vaga do Senado pela Bahia. No levantamento A TARDE/AtlasIntel, o senador Otto Alencar tem 39,2% dos votos. Ele é seguido de longe pela candidata do PL, Raíssa Soares (16,2%), Cacá Leão (PP), com 12,9%, Tâmara Azevedo (PSOL), com 5%, e votos brancos, nulos ou que não souberam somam 26,7%. Alencar domina a preferência dos eleitores em todos os segmentos.

Presidente

No que depender dos baianos, Luiz Inácio Lula da Silva é eleito com folga no primeiro turno das eleições deste ano. 63,9% dizem votar no petista em outubro, contra 25,3% que afirmaram votar em Jair Bolsonaro. Ciro Gomes surge em terceiro (4,3%), seguido por André Janones (AVANTE), com 2,2%, Simone Tebet (MDB), com 2%, Vera Lúcia (PSTU), com 1,2%. Os outros candidatos à Presidência apresentados pela pesquisa juntos somam 0,7% das intenções de voto do eleitorado baiano. Votos branco, nulo ou que não souberem ficam em 0,3%.

Lula domina também em todos os segmentos elencados pela pesquisa. Sobretudo as intenções de voto das mulheres (72,3%), dos jovens de 16-24 anos (82,6%), entre os católicos (70,6%), outras religiões (71,9%) e agnósticos/ateus (81,3%).

Avaliação

A poucos meses do fim do seu segundo mandato como governador da Bahia, de acordo com a pesquisa A TARDE/AtlasIntel, Rui Costa (PT) foi aprovado por 62,2% dos entrevistados, ao passo que 32,2% desaprovaram o petista. 5,6% dos respondentes não souberam ou não opinaram.

Além disso, 46,6% dos respondentes qualificaram a gestão do governo do petista em Ótimo/Bom, 30 como sendo Regular, 22,1% como Ruim/Péssimo e 1,3% responderam “Não sei”.

Comparativo

O levantamento das intenções de voto para governador, a dois meses das eleições, mostra o candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, numa situação muito mais favorável que a de seus antecessores, Jaques Wagner e Rui Costa, quando foram candidatos pela primeira vez. Em 2006, no final de julho, Wagner aparecia com 13% das intenções de voto, contra 56% de Paulo Souto, então candidato à reeleição e favorito. A eleição foi vencida em 1 turno por Wagner, com 52,8%, contra 43% de Souto. Em 2014, mais uma vez Paulo Souto liderava em agosto, a menos de dois meses da eleição, com 44% contra 15% de Rui Costa. O resultado das urnas mais uma vez deu a vitória ao candidato do PT, com 54,5% contra 37,4% do ex-governador.

A Tarde