Publicado em: 13 de janeiro de 2023
O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres ,é aguardado no Brasil após a determinação de prisão por omissão nos atos golpistas do último domingo (8). Informações da Polícia Federal indicam que Torres deve retornar ao país no sábado (14) pela manhã. Assim que desembarcar, ele deve ser preso por determinação do Supremo Tribunal Federal.
Após a determinação da detenção, em decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes na terça-feira (10), Torres anunciou que se apresentaria às autoridades. A prisão já foi referendada pelo plenário virtual da Corte. Anderson Torres está no Estados Unidos e deixou o país para um período de férias. Como secretário de Segurança Pública do DF, ele seria responsável pelas respostas aos atos de violência na capital federal no domingo (8). Embora viajando, o período de descanso começava oficialmente no dia 9 de janeiro. O ex-ministro da Justiça foi exonerado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ainda no domingo (8) por conta dos atos de violência na Esplanada dos Ministérios. O governador também foi afastado do cargo por determinação judicial, pelo prazo de 90 dias, pela falta de controle no DF nos ataques. A volta de Anderson Torres é esperada ainda para que ele explique o encontro de uma ata golpista na casa dele em Brasília. Nesta quinta-feira (12), em operação de busca e apreensão, os policiais federais encontraram uma minuta para que o resultado da eleição presidencial fosse alterado. A versão prévia do documento seria encaminhada para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que ainda estava com mandato vigente. O decreto fala em estabelecer “estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral” para “reestabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial”. A finalidade seria reverter o resultado das eleições que tornou Lula presidente. A medida é inconstitucional. O pronunciamento de Torres sobre o documento veio pelo Twitter durante o final da tarde de quinta-feira (12). O ex-secretário falou que o texto foi “vazado fora de contexto” e ajudou a alimentar “narrativas falaciosas” contra ele. Anderson Torres ainda disse que tinha “uma pilha de documentos para descarte” em sua casa e que “tudo seria levado para ser triturado”. Criminalistas entendem que o documento pode ser usado para a responsabilização do ex-secretário por ato conspiratório contra o Estado brasileiro. Bandnews |