Publicado em: 6 de julho de 2018
De Bruyne, Hazard e Lukaku brilham com grandes atuações individuais e Seleção, após gol de Renato Augusto e pressão no segundo tempo, volta para casa frustrada
Eliminações entram para a história e são lembradas por ícones. Caniggia em 90. Zidane em 98 e 06. O 7×1 de 2014. A de 2018 tem o carimbo de um trio: De Bruyne, Hazard e Lukaku destruíram a seleção brasileira em 45 minutos, garantiram a vitória por 2 a 1 e colocaram a Bélgica na semifinal da Copa do Mundo. Nem o bom segundo tempo, com gol de Renato Augusto, que entrou muito bem, evitou a frustração de um Brasil que volta para casa sem transformar o bom futebol de praticamente toda a era Tite em título. Atuações individuais ruins como a de Fernandinho no jogo derradeiro, e de Paulinho e Gabriel Jesus ao longo de todo o Mundial, comprometeram a ideia de jogo. Justamente o que os belgas tiveram de melhor: três craques fazendo tudo dar certo.
PRIMEIRO TEMPO
De Bruyne, Hazard e Lukaku fizeram a estratégia belga do contra-ataque se impor. O Brasil não jogou mal, mas perdeu, com Thiago Silva e Paulinho, em duas cobranças de escanteio, chances preciosas ainda no 0x0. O gol contra de Fernandinho, após desvio de Kompany, foi o início de uma noite desastrosa do volante. Pouco depois, ele teve duas chances de fazer falta em Lukaku. Não conseguiu. Paulinho idem. A bola chegou a De Bruyne, que, com um chutaço, não deu chance a Alisson. A Seleção se abalou com a desvantagem de dois gols, inédita com Tite, e, além de não conseguir pressionar, ainda se expôs aos contra-ataques.
SEGUNDO TEMPO
O Brasil voltou com Firmino no lugar de Willian e um novo esquema: 4-4-2, com Gabriel Jesus pela direita. Rapidamente, Douglas Costa entrou em seu lugar. A equipe conseguiu penetrar mais na área belga, mas a bola insistia em cruzá-la sem ser tocada por ninguém até Renato Augusto, que havia substituído Paulinho pouco antes, cabecear com precisão um passe de Coutinho. O mesmo Renato teve chance clara logo depois, mas o chute raspou a trave de Courtois. Coutinho também recebeu de Neymar na área, mas finalizou para fora a última boa oportunidade de empate.
NEYMAR
O camisa 10 não continuou, contra a Bélgica, a curva ascendente de toda a Copa do Mundo. Perdeu bolas, tomou decisões erradas e não fez diferença, mesmo contra uma equipe que, por vários momentos, lhe deu espaço para jogar. Seu ato final foi decepcionante.
JESUS EM BRANCO
O camisa 9 terminou sua primeira Copa do Mundo sem fazer gols em cinco jogos. O centroavante da seleção brasileira não zerava no torneio desde 1974.
INÉDITO
A derrota reservou à seleção brasileira situações novas – e desagradáveis – com Tite no comando. Foi a primeira vez que o time sofreu mais de um gol numa partida. E só a terceira em que ficou atrás no placar: antes, havia virado um jogo para 4×1 sobre o Uruguai e sido derrotado pela Argentina por 1×0.
16 ANOS SEM FINAL
O Brasil segue sem disputar a taça. A última decisão foi em 2002, a do pentacampeonato contra a Alemanha, no Japão.
PÚBLICO
42.873 pessoas estiveram na Arena Kazan na eliminação brasileira para a Bélgica.
Por Alexandre Lozetti, Edgard Maciel de Sá e Tossiro Neto,
De Kazan, Rússia