- Crédito da Foto: Reuters - Publicado em: 6 de novembro de 2023
Os governos de Israel e do Egito não divulgam listas autorizando cidadãos estrangeiros a deixar a Faixa de Gaza há 48 horas. As forças de defesa israelenses mantêm todo o enclave palestino sob bombardeio incessante, desde o dia 7 de outubro. Mais de dez mil civis já foram mortos no território, dentre eles, quase cinco mil crianças.
De acordo agência de notícias Reuters, as saídas foram suspensas após Israel atacar um comboio de ambulâncias que tentava deslocar pacientes feridos. O atentado também matou médicos e outros profissionais sanitários, segundo o Ministério da Saúde local e organismos internacionais de ajuda humanitária, como a Cruz Vermelha.
Autoridades egípcias, estadunidenses e do Catar estão tentando retomar a saída de estrangeiros e feridos, conforme a Agência Brasil. A última lista foi divulgada no sábado (4) e continha os nomes de 599 pessoas de quatro nacionalidades. Trezentos e oitenta e seis tinham passaporte emitido pelos Estados Unidos; 112 pelo Reino Unido; 51 pela França; e 50 pela Alemanha.
Foi o quarto grupo de estrangeiros ou residentes com dupla nacionalidade a receber permissão, das autoridades israelenses e egípcias, para cruzar a Passagem de Rafah, em direção ao país africano. Uma vez mais, os 34 cidadãos brasileiros que anseiam sair da zona de conflito ficaram de fora.
Na última sexta-feira (3), diz a Agência Brasil, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, voltou a conversar com o ministro do Exterior de Israel, Eli Cohen. O chanceler brasileiro disse que o ministro israelense garantiu que os cidadãos brasileiros seriam autorizados a ingressar em solo egípcio até esta quarta-feira (8).
O grupo espera autorização para deixar a Faixa de Gaza desde o início da guerra. Eles estão refugiados nas cidades de Rafah e Kahn Yunis, no Sul do enclave palestino, que também vem sofrendo constantes bombardeios.
De acordo com a Agência Brasil, o brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, informou, nesta segunda-feira (6), que a família se encontra em sérias dificuldades, porque está cada vez mais difícil achar comida. O pouco alimento que conseguem é cozido em fogões a lenha.
Rabee também ressaltou que não há água potável disponível para beber. A situação é apontada, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e diversas instituições internacionais, como catastrófica, uma vez que a população está adoecendo, por ser obrigada a matar a sede com água contaminada. “Cada dia é pior que o outro. Água, não tem mineral. Estamos tomando água encanada. Hoje, 31 dias sem energia. O mais difícil, agora, é encontrar alimentação. Além da guerra e do bombardeiro, outro sofrimento é a comida. Muita gente passa fome”, lamentou o brasileiro.