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Se Mercosul e União Europeia não fecharem acordo, não será por falta de vontade dos sul-americanos, diz Lula


Publicado em: 8 de maio de 2024


04 de Dezembro de 2023 | 11h 16

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste domingo (3), que o acordo comercial entre o Mercosul e União Europeia (UE) não for fechado, não será por falta de vontade dos sul-americanos, e sim por protecionismo europeu.

Segundo a Agência Brasil, no sábado (2), Lula esteve reunido com o presidente da França, Emmanuel Macron, na tentativa de fazer a negociação avançar.

Nos últimos dias, o presidente brasileiro visitou o Oriente Médio e, neste domingo, conversou com jornalistas, antes de deixar Dubai, nos Emirados Árabes. Lula estava a caminho de Berlim, na Alemanha, onde cumpre compromissos da agenda bilateral. A Alemanha é um dos países que defende o acordo Mercosul-UE.

Na coletiva, o chefe de Estado enfatizou que os países sul-americanos querem ser respeitados. “Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais. E nós não somos mais colonizados, nós somos independentes, nós queremos ser tratados apenas com o respeito de países independentes que têm coisas para vender. E as coisas que temos têm preço. O que queremos é um certo equilíbrio”, disse.

Conforme a Agência Brasil, o presidente francês se posicionou contra o acordo, no último sábado, alegando ser o mesmo “incoerente” e “mal remendado”. “Não leva em conta a biodiversidade e o clima dentro dele. É um acordo comercial antiquado e que desfaz tarifas”, afirmou Macron.

Para Lula, a França é protecionista em relação aos seus interesses agrícolas. O brasileiro defende alterações em pontos do acordo de livre comércio sobre licitações de compras governamentais, uma vez que, no seu entendimento, trata-se de uma política indutora do desenvolvimento da indústria nacional e oportunidade para pequenas e médias empresas.

O acordo entre o Mercosul e a União Europeia foi aprovado em 2019, após 20 anos de negociações. No entanto, precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os 31 países dos dois blocos. Sem isso, não poderá entrar em vigor.

O pacto, diz a Agência Brasil, cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual. “Se não tiver acordo, pelo menos vai ficar patenteado de quem é a culpa. Agora, o que a gente não vai fazer é um acordo para tomar prejuízo”, destacou Lula.