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Abin na gestão Bolsonaro é alvo de investigação da Polícia Federal por espionar autoridades


- Crédito da Foto:  Marcos Corrêa/PR - Publicado em: 26 de janeiro de 2024


A Polícia Federal (PF) está investigando se a Agência Brasileira de Inteligência, conhecida como Abin, foi utilizada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) com o software espião FirstMile para espionar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e políticos adversários do ex-presidente do Brasil.

De acordo com as investigações, o ministro da Suprema Corte Gilmar Mendes, o atual ministro da Educação Camilo Santana (PT), na época governador do Ceará, eram uma das autoridades espionadas pela Abin de Bolsonaro. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, foi montado uma estrutura paralela dentro da Abin, com participação de policiais federais e oficiais de inteligência alinhados ao então diretor da agência, Alexandre Ramagem.

Eleito deputado federal em 2022 pelo PL, Ramagem é um dos alvos da operação Vigilância Aproximada, deflagrada pela PF nesta quinta (25) e que investiga uma “organização criminosa que se instalou na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial”. Esta nova ação da PF é uma continuidade da operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado para investigar o uso do FirstMile. Nessa nova fase, o foco principal são policiais que atuavam na Abin, em especial no CIN (Centro de Inteligência Nacional), estrutura ligada ao gabinete de Ramagem na agência durante o governo Bolsonaro.

Os sete policiais federais investigados foram afastados dos cargos públicos.

Além de Ramagem, ao menos dois agentes da PF, Marcelo Araújo Bormevet e Felipe Arlotta Freitas, que atuavam no CIN são alvos das medidas desta quinta-feira.

O ex-diretor da Abin teria sido corrompido por dois oficiais da Abin que ameaçaram divulgar o uso do software espião após a agência cogitar demiti-los em um processo administrativo interno por participação em uma fraude licitatória do Exército.

O CIN tem origem em um decreto de Bolsonaro, assinado em julho de 2020, que criou novas estruturas dentro do organograma da Abin, à época chefiada por Ramagem.