Publicado em: 8 de maio de 2024
Indiciado por homicídio qualificado, o policial militar João Wagner Madureira, suspeito de matar Fernanda Santos Pereira, a tiros, em um posto de combustíveis localizado na cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, sentará no banco dos réus. Isto porque o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA).
O Juiz de Direito da 1ª Vara do Júri da Comarca de Ilhéus, Gustavo Henrique Almeida Lyra, determinou que o acusado terá dez dias, a contar desta terça-feira (6), para apresentar resposta, por meio de um advogado ou da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA).
O policial está preso, no Centro de Custódia Provisória da Polícia Militar da Bahia, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador (RMS), desde o dia 18 de janeiro, após o cumprimento do mandado de prisão preventiva. O crime aconteceu no dia 11 do mesmo mês.
O agora réu chegou a se apresentar na delegacia no dia 15 de janeiro, mas foi ouvido e liberado após prestar depoimento. Na ocasião, o delegado Helder Carvalhal, titular do Núcleo de Homicídios, explicou que o prazo para a prisão em flagrante havia expirado. Em sua fala, o soldado alegou disparo acidental.
Por meio de nota, a defesa do suspeito também alegou que ele não conhecia a vítima, que tinha 23 anos. Disse, também, que Fernanda Pereira estaria “descontrolada”, no momento da briga.
O delegado Helder Carvalhal, responsável pela investigação do caso, concluiu que o principal indicativo para a motivação do crime é de ato fútil. Segundo a autoridade policial, o homicídio aconteceu em meio a uma disputa por uma chave de apartamento.
Em entrevista à TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia na região, o delegado explicou que o militar foi ao local do crime com o intuito de recuperar a chave de um imóvel pertencente à tia. A vítima teria pegado o objeto por desconfiar que a mulher havia lhe roubado uma caixa de som.
Câmeras de segurança instaladas no posto flagraram o momento em que o policial militar chegou ao estabelecimento. Vestido à paisana e de arma em punho, ele procura pela vítima. Os dois discutem e, na sequência, o suspeito dá início às agressões físicas. Em seguida, ele imobiliza a vítima e dispara contra ela.
Para o delegado, o tiro foi intencional. “Verificamos que não há um disparo acidental. O que nós percebemos, de acordo com as imagens, depoimentos colhidos, testemunhas ouvidas, é que houve o acionamento do gatilho da arma e, por essa razão, a Polícia Civil entende que houve a prática de um crime de homicídio”, disse Helder Carvalhal.
A vítima chegou a ser socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhada ao Hospital Costa do Cacau, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo dela foi sepultado no dia de 12 de janeiro, no cemitério local.