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Candidatos de centro e de esquerda se unem para barrar a extrema-direita na eleição para o Parlamento francês


- Crédito da Foto: Reprodução | Instagram @marine_lepen - Publicado em: 3 de julho de 2024


Desde 2002, partidos de vários campos políticos se unem para barrar a extrema direita quando ela chega muito perto do poder.

 

França: mais de 200 candidatos desistem de 2º turno para barrar extrema direita

Na França, mais de 200 candidatos desistiram de disputar o segundo turno da eleição para o Parlamento. Esse movimento foi uma tentativa de impedir a vitória da extrema direita.

O que se viu durante o dia foi uma grande negociação entre partidos de centro e de esquerda. Pelo seguinte: na França, o segundo turno da eleição legislativa pode ter mais de dois candidatos.

E aí, é o velho cálculo político: se em um distrito tem um candidato de extrema-direita em primeiro lugar – seguido de um de centro e um de esquerda que somados ultrapassariam a extrema-direita – basta que um desses dois desista e apoie o outro. É a estratégia chamada “Frente Republicana”.

Desde 2002, partidos de vários campos políticos se unem para barrar a extrema direita quando ela chega muito perto do poder.

  • O atual primeiro-ministro, Gabriel Attal, aliado do presidente Emmanuel Macron, admitiu que a extrema direita é o único grupo em condições de conquistar maioria no parlamento. E defendeu o voto útil: “não é hora de votar a favor de um candidato, mas contra o partido Reunião Nacional“, ele disse.

O prazo para os candidatos desistirem de participar do segundo turno venceu nesta terça-feira (2). Foram mais de 210 desistências – dessas, 130 de candidatos de esquerda e 83 de candidatos da coalizão de Macron, de centro.

Todos com o objetivo de fortalecer o candidato ou a candidata com mais chance de vencer a extrema-direita em cada um dos distritos que seguiram para o segundo turno.

Candidatos de centro e de esquerda se unem para barrar a extrema-direita na eleição para o Parlamento francês — Foto: Reprodução/TV Globo

A lista final de candidatos será divulgada nesta quarta-feira (3). Daqui a cinco dias, será possível saber se essa estratégia será suficiente para impedir a extrema-direita de Marine Le Pen de controlar o parlamento.

Se conseguir eleger maioria, a extrema-direita francesa vai governar de fato. É por isso que uma eleição para deputado na França, que nem sempre é notícia em outros países, está ganhando destaque mundo afora. O país mudaria de rumo.

O presidente Macron ainda tem três anos de mandato, mas nessas condições, perderia muito poder – na prática, ficaria sem controle da política doméstica e da política migratória – um dos temas mais sensíveis para os franceses. Ficaria responsável apenas pelas políticas externa e de defesa.

Maior jornal francês faz críticas duras às propostas da extrema direita

Nesta terça, o maior jornal da França, o Le Monde, publicou um editorial com críticas duras às propostas da extrema direita para o combate à imigração. O texto diz que as propostas discriminam e violam valores da Constituição. E afirma: “os princípios republicanos são inegociáveis”.

Marine Le Pen, a líder do partido Reunião Nacional, está confiante para o segundo turno, do próximo domingo (7). Ela disse que acredita, sim, que seu partido vai conseguir maioria absoluta do Parlamento.

G1