- Crédito da Foto: Papa Francisco - Foto: Andres Solaro/AFP - Publicado em: 23 de dezembro de 2024
No sábado (21), o papa já havia expressado tristeza pela morte de sete crianças em ataques ocorridos na sexta-feira (20) na Faixa de Gaza
Após ser acusado pelo governo israelense de adotar uma “dupla moral”, o papa Francisco voltou a criticar os bombardeios na Faixa de Gaza neste domingo (22). Os comentários foram feitos durante a oração do Angelus, realizada excepcionalmente de forma on-line, já que o pontífice está resfriado e busca preservar sua saúde antes dos compromissos natalinos.
“Com dor, penso em Gaza, em tanta crueldade, nas crianças atingidas, nos bombardeios de escolas e hospitais. Quanta crueldade!”, afirmou o papa em sua residência, a Casa Santa Marta, no Vaticano.
O tradicional Angelus, que ocorre aos domingos no Palácio Apostólico, na Praça de São Pedro, não pôde ser realizado presencialmente devido ao estado de saúde do pontífice. Ainda assim, Francisco manteve a oração virtual e reiterou sua solidariedade à população palestina.
No sábado (21), o papa já havia expressado tristeza pela morte de sete crianças em ataques ocorridos na sexta-feira (20) na Faixa de Gaza. De acordo com a Defesa Civil local, dez membros de uma mesma família morreram em um bombardeio israelense em Jabaliya, no norte do território.
“Isso não é guerra, é crueldade. Digo isso porque é algo que me comove profundamente”, declarou Francisco em uma audiência com membros da Cúria, o governo da Santa Sé.
O papa tem se pronunciado frequentemente sobre conflitos em diversas partes do mundo, mas, nos últimos tempos, suas críticas a Israel têm se intensificado, com discursos mais incisivos e menos alinhados a uma postura de neutralidade política.
Em novembro, Francisco denunciou “a prepotência do invasor” tanto na Ucrânia quanto na “Palestina”, uma semana após a publicação de um livro no qual sugere que a situação em Gaza deve ser analisada sob a perspectiva de um possível “genocídio”. Em setembro, o pontífice já havia criticado o uso “imoral” da força no Líbano e na Faixa de Gaza.
Israel respondeu rapidamente às declarações do líder da Igreja Católica. “Os comentários do papa são particularmente decepcionantes, pois estão desconectados do contexto real e concreto da luta de Israel contra o terrorismo jihadista”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Israel no sábado.