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Começa nova fase eleitoral: pesquisas ativam guerra pelo segundo turno


Publicado em: 12 de setembro de 2018


Equipes de campanha de Ciro Gomes, Marina Silva, Alckmin e Haddad iniciam estratégias para o enfrentamento entre si
Jornal GGN – A nova pesquisa do Ibope, que foi divulgada nesta terça-feira (11), e a do Instituto Datafolha, publicada na segunda (10), trouxeram uma encruzilhada para quem irá a segundo turno contra o candidato na liderança Jair Bolsonaro (PSL): é que os nomes de Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT) aparecem tecnicamente empatados.
Por isso, as estratégias de campanha devem ser redesenhadas a partir de agora por cada um dos quatro candidatos cotados no segundo posto. O confronto não se dará mais de cada um dos nomes contra Bolsonaro, mas entre eles.
Não à toa, a candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, decidiu enfrentar Fernando Haddad em sua primeira declaração após os resultados das pesquisas. Com agenda em Minas Gerais, concedeu entrevista à rádio local Super, afirmando que Haddad é “muito semelhante” à Dilma Rousseff, presidente que alcançou grandes índices de rejeição e levou a uma derrocada da popularidade sobre o PT.
Marina tentou convencer os mineiros que votar em “indicado” pode levar o país “novamente” a um “poço sem fundo”. A referência foi porque o ex-presidente Lula fez campanha para os dois mandatos de Dilma Rousseff. Por isso, apesar de trazer propostas diferentes ao governo Dilma, Marina quis assemelhar o caso ao de Haddad.
“[Haddad] é muito semelhante [a Dilma]. As coisas ruins foram aprofundadas no governo Dilma-Temer. As coisas boas foram sendo desaceleradas, e a população brasileira não pode deixar de pedir uma prestação de contas do que levou o Brasil para o fundo do poço”, disse à rádio.
Da mesma forma, a equipe de campanha do tucano Geraldo Alckmin já decidiu que o confronto não será a Bolsonaro, líder nas pesquisas, mas a quem está mais páreo a ele: Ciro Gomes (PDT), que compartilha dos mesmos 9% das intenções de voto, segundo o Ibope.
Na televisão, o movimento por adesão de eleitores do tucano vinha sendo endossado pelo discurso de ser o “único candidato antiPT”, em confronto direto a, agora, Haddad. Mas sua equipe acredita que Alckmin precisará confrontar com Ciro.
A tarefa não será fácil, aponta a coluna de Andreia Sadi. Isso porque tucanos afirmam que Alckmin é amigo de longa data de Ciro e terá “dificuldades” de bater duro com o pedetista. Mas para seguir a estratégia, seus interlocutores defendem que essa resistência precisará ser enfrentada nessa fase da disputa eleitoral.
Ainda assim, seguirá a mesma linha exposta pelo GGN [leia aqui] de que votar em Bolsonaro é um “passaporte para a volta ao PT”, uma vez que Bolsonaro perde em segundo turno com quase todos os candidatos.
Já Ciro Gomes adota essa estratégia de combater outros adversários em pé de segundo turno desde o início da campanha. Os governos do PT foram alvos de boa parte de suas críticas, além do próprio PSDB. Após o anúncio de que Fernando Haddad assume a candidatura oficial à Presidência, no mesmo dia do resultado do Instituto Datafolha, Ciro aproveitou para criticar o partido e as posturas nestas eleições.
“Nós já estamos divididos [a esquerda], na medida em que eu não aceito em nenhuma hipótese a imposição que a burocracia do PT vem tentando fazer. Todas as declarações minhas são de que isso era uma farsa. Basicamente, uma tentativa de fraude para qual eu fui convidado”, disse nesta terça, durante caminhada em ato em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
E agora que Haddad assume oficialmente a candidatura, não é somente esta estratégia de enfrentamento contra seus pares que deverá ser definida por sua equipe de campanha, como também os tons adotados, que devem mudar e descentralizar dos “projetos de Lula” para “projetos do PT”.