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Líderes da União Europeia aprovam acordo sobre Brexit em Bruxelas


Publicado em: 25 de novembro de 2018


 

Bloco quer relação ‘o mais estreita possível’ com Reino Unido após divórcio. Decisão histórica inicia processo de ratificação da 1ª saída de um país da UE.

 

 

Líderes da União Europeia decidiram neste domingo (25) aprovar um acordo sobre a saída da Grã-Bretanha do bloco no próximo ano. É uma decisão histórica, que inicia o processo de ratificação da primeira saída de um país do projeto europeu.

O que acontece após a formulação do acordo sobre a saída do Reino Unido da UE?

O Brexit é tema de uma cúpula em Bruxelas para endossar o acordo de retirada, que fixa os termos para o divórcio da Inglaterra, em março do ano que vem.

O documento de 585 páginas, 185 artigos e três protocolos inclui questões como os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido e vice-versa, a conta de 39 bilhões de libras que Londres deve pagar e a solução para evitar uma fronteira com vigilância policial na ilha da Irlanda.

 

Eles também devem assinar um documento de 26 páginas descrevendo seus objetivos para futuras relações depois da saída da Grã-Bretanha.

“A UE27 respaldou o Acordo de Retirada e a Declaração Política sobre a futura relação entre as partes”, tuitou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, cerca de meia hora após o início da reunião.

A UE deseja uma relação comercial, política e de segurança “o mais estreita possível” com o Reino Unido após o Brexit, segundo as conclusões da cúpula.

 

O acordo ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos Britânico – um risco para May – e o Europeu. Essas análises devem acontecer em dezembro e janeiro, respectivamente.

‘Retirada ordenada’

A primeira-ministra britânica, Theresa May, elogiou o acordo como o início de um novo capítulo para a Inglaterra. Já o presidente da Comissão Européia, Jean-Claude Juncker, disse que a partida do país é uma “tragédia”.

Ele afirmou a repórteres, de acordo com a agência Associated Press, que o acordo é “o melhor possível”, mas a cúpula “não é um momento de celebração, é um momento triste”.

 

Em uma declaração formal endossando o acordo, o bloco pediu que as instituições da UE “tomem as medidas necessárias para garantir que o acordo entre em vigor em 30 de março de 2019, de modo a prever uma retirada ordenada”.

O negociador-chefe da UE, Michel Barnier, disse que, a partir de agora, a Grã-Bretanha e os demais países do bloco devem trabalhar para “uma parceria ambiciosa e sem precedentes”. “Agora é a hora de todos assumirem suas responsabilidades”, afirmou.

Acordo sobre Gibraltar

O último grande obstáculo para um acordo foi superado neste sábado (24), quando a Espanha chegou a um acordo sobre o disputado território britânico de Gibraltar.

 

O país disputa com os britânicos a soberania sobre Gibraltar, um território no extremo sul espanhol que abriga cerca de 30 mil pessoas e cuja economia é formada principalmente por bancos internacionais, empresas de jogos de azar na internet e turismo. O local está sob domínio da Inglaterra há 300 anos.

A Espanha havia pedido mudanças no tratado de separação para que ficasse claro que qualquer decisão sobre o território fosse tomada em conversas diretas com Madri.

Os países chegaram a um consenso após negociações de última hora, que ameaçavam provocar a suspensão da reunião deste domingo. O documento “estabelece as bases de uma nova forma de abordar a relação com Gibraltar a nível europeu”, segundo o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.

“Uma vez que a retirada do Reino Unido aconteça, a relação de Gibraltar com a União Europeia passará pela Espanha”, acrescentou ele.

Após as vitórias na Espanha e em Bruxelas, May deve se dedicar agora á aprovação do documento no Parlamento britânico, onde tanto a oposição quanto os rebeldes de seu próprio Partido Conservador se mostraram hostis ao acordo.

Em uma carta aberta à nação, a primeira-ministra disse que fará campanha de “coração e alma” para conseguir o acordo do Brexit.