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À CPMI, Delgatti confirma que Bolsonaro solicitou grampo contra ministro Alexandre de Moraes


- Crédito da Foto: Reprodução - Publicado em: 18 de agosto de 2023


O hacker Walter Delgatti Neto confirmou, na quinta-feira (17), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes da República, no dia 8 de janeiro, a informação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe pediu que assumisse a autoria de um suposto grampo contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Delgatti, que, anteriormente, deu a mesma declaração à revista Veja, mencionou, também, uma conversa com Bolsonaro, segundo ele por telefone, na qual o então presidente teria prometido um indulto, caso ele chegasse a ser preso. “Se um juiz mandar te prender, eu mando prender o juiz”, teria dito o ex-mandatário, conforme o hacker.

Delgatti disse, ainda, que, durante a conversa, Bolsonaro teria deixado claro o objetivo de armar uma espécie de cilada para o ministro, a fim de provocar uma reviravolta que culminasse na anulação das Eleições 2022.

Em resposta a questionamentos feitos pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), Walter Delgatti Neto confirmou, ainda, que recebeu uma proposta do marqueteiro Duda Lima, coordenador da campanha de Bolsonaro, para simular uma invasão a uma urna eletrônica.

A iniciativa, afirmou o hacker, visava induzir a população a desconfiar do sistema eletrônico de votação, pondo a segurança das urnas em descrédito. “A campanha do Bolsonaro queria que eu fizesse um código-fonte meu, e não do TSE, e inserisse esse código em uma urna eletrônica, para mostrar que seria possível a um técnico manipular o voto. Essa ação seria no dia 7 de setembro, para mostrar à sociedade que era possível manipular o voto. Mas a ação não deu certo e foi cancelada”, detalhou.