- Crédito da Foto: Reprodução - Publicado em: 13 de novembro de 2024
PM disse que militares atendiam outra ocorrência, e que abriu inquérito militar para investigar os agentes.
Advogada e servidora do MP são agredidas por PMs estacionamento de mercado de SC
Uma advogada e a mãe dela, servidora do Ministério Público, foram agredidas por policiais militares em uma ocorrência no estacionamento de um supermercado em Içara, no Sul de Santa Catarina, no sábado (9). Um vídeo mostra os militares imobilizarem uma das mulheres no chão e a colocarem, em seguida, no porta-malas da viatura, enquanto a outra reivindica o tratamento dado à filha e leva um tapa no rosto (assista acima).
A advogada agredida é Aline Borges da Silva. Nesta segunda-feira (11), ela afirmou que estava em deslocamento para fazer um exame de corpo e delito e encaminhou imagens para a reportagem, onde mostra hematomas e cortes no rosto, braços e mãos. Procurada pelo g1, a PM disse que apura a conduta dos militares (veja nota abaixo).
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB-SC) afirmou que, além de ser agredida, Aline teve as prerrogativas profissionais violadas (veja nota abaixo). O g1 buscou o Ministério Público de SC e do RS e aguarda retornos.
Procurada, a Polícia Civil disse que foi lavrado um termo circunstanciado por resistência e desacato contra os policiais. O caso foi remetido à delegacia de Içara.
Ocorrência
A Polícia Militar relatou que os policias foram chamados após um desentendimento entre uma funcionária do mercado e um cliente que teria injuriado a trabalhadora. A ocorrência foi registrada como injúria ou comunicação falsa de crime. O relatório detalhado do que ocorreu não foi divulgado.
Presidente da OAB de Criciúma, também no Sul catarinense, Alisson Matos explicou que a advogada estava com a mãe e o namorado no mercado quando passou a observar a ocorrência policial e se aproximou, o que desencadeou as violações.
A subseção da OAB na região condenou a ação e disse que acompanha o caso para dar a devida investigação dos fatos.
Em vídeo que o g1 teve acesso, uma das mulheres aparece caída no chão, gritando, enquanto está imobilizada por dois policiais militares. A outra discute com o outro agente, pedindo para que a filha seja solta. Outro PM chega e a confusão segue.
A mulher caída no chão é jogada na viatura e, antes do porta-malas se fechar, um dos agentes chuta a mulher e empurra a mãe dela. Por fim, o mesmo agente dá um tapa no rosto da mulher que estava fora do veículo. O g1 não teve acesso à íntegra do vídeo.
A Polícia Civil foi procurada e não havia dado retorno até a última atualização desta reportagem. A reportagem também fez contato com a rede de mercados onde o caso aconteceu nesta segunda-feira. Em resposta, o local disse que iria verificar a situação.
OAB pede que policiais sejam afastados
Em nota, a OAB-SC afirmou que pediu ao Comandante do Batalhão da Polícia Militar, Aurélio Pelozato, o afastamento dos policias envolvidos na ocorrência “para que a responsabilidade seja devidamente apurada e os envolvidos responsabilizados, além da apuração completa de todos os fatos”.
A PM não respondeu sobre o afastamento, mas afirmou que os envolvidos na ocorrência estão sendo investigados por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM).
O que disse a OAB de Santa Catarina
A OAB Santa Catarina e a Subseção de Criciúma, por meio da Comissão Estadual de Prerrogativas e Defesa de Honorários manifesta solidariedade e apoio à advogada gaúcha Aline Borges da Silva, que teve suas prerrogativas violadas e foi agredida, na noite de ontem, sábado (9), em Içara, no exercício de sua profissão.
A presidente da Seccional, Cláudia Prudêncio, entrou em contato com o Comandante do Batalhão da Polícia Militar, Aurélio Pelozato, e solicitou o afastamento dos policiais militares envolvidos, para que a responsabilidade seja devidamente apurada e os envolvidos responsabilizados, além da apuração completa de todos os fatos. Desde o conhecimento do ocorrido, a OAB/SC e a OAB Criciúma tem prestado todo o suporte necessário à profissional, providenciando assistência jurídica e institucional.
O que disse a PM
Por Caroline Borges, Clarìssa Batìstela, g1 SC