- Crédito da Foto: Ricardo Stuckert - Publicado em: 19 de março de 2024
Ministros de partidos aliados, do Centrão e assessores que estiveram na reunião no Palácio do Planalto nesta segunda-feira, 18, para tratar da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontam uma série de problemas que justificam a queda na aprovação do petista
O primeiro deles, apontam participantes da reunião, tem relação com a comunicação do governo, que dispõe de um orçamento milionário. Apesar da abundância de recursos, a avaliação é de que o marketing governista é ultrapassado, nos mesmos moldes das gestões anteriores, com linguagem ideológica.
Sem peças e campanhas publicitárias modernas, a gestão petista tem perdido a batalha nas redes sociais, não se comunica com a classe média, com eleitores mais jovens, evangélicos e com o agronegócio, na opinião desses interlocutores.
Ministérios do PT
Além disso, os ministros aliados apontam que os ministérios sob gestão do PT têm acumulado resultados negativos. O mais criticado deles é o Ministério da Saúde, comandado por Nísia Trindade.
Segundo os críticos da ministra, a pasta não apresenta resultados céleres no combate à dengue, além de demorar na execução das transferências orçamentárias das emendas aos municípios, o que atrasa a execução das obras. Em ano eleitoral, esse atraso pode custar votos aos aliados de Lula, disseram alguns participantes.
As sucessivas polêmicas de Lula nas relações exteriores também são um problema grave, na avaliação de quem esteve na reunião ministerial, especialmente em relação a três declarações.
A primeira delas está relacionada à afirmação de que a Ucrânia também é responsável pela guerra contra a Rússia. A segunda tem relação à proximidade e endosso do governo de Nicolas Maduro na Venezuela. E o terceiro imbróglio está no bate-boca público com o governo de Israel.
Por fim, e não menos importante, a polarização com o bolsonarismo provocou uma ruptura de Lula com líderes evangélicos e do agronegócio. Mesmo que faça acenos para esses públicos, alguns aliados do presidente da República avaliam que uma reaproximação não deve ocorrer.
Antonio Timóteo