Publicado em: 8 de dezembro de 2018
Um dos grandes nomes da poesia brasileira contemporânea, o escritor baiano Antonio Brasileiro lança, em Feira de Santana, na próxima quarta-feira (12), seu mais novo livro de poemas. Sob o selo da Editora Mondrongo, o volume “Como aquela montanha sossegada” reúne 106 poemas, criados a partir de 1965.
Sobre a obra poética do autor, o ensaísta, tradutor e crítico literário carioca Alexei Bueno disse ser “essencialmente limpa” e caracterizar-se “por um nível de qualidade muito raro na poesia brasileira”. Para Bueno, há, na poesia de Antonio Brasileiro, “uma profunda coerência espiritual que não anula, como tantas vezes acontece, a grande variedade de maneiras e registros – e, mais do que tudo, convida o leitor a um mergulho no âmago das coisas, mas um mergulho emocional, totalizador, destituído de qualquer frieza raciocinante, sendo antes, muito pelo contrário, visceral, carnal, sanguíneo”.
Ainda de acordo com o teórico, “tal mergulho não escamoteia a angústia, a dúvida, a náusea, a revolta, a tremenda presença ausente do vazio, mas é pela obra de arte que ele se dá, e tudo que vem pela obra de arte – e agora, como sempre, temos de voltar para os gregos – consiste em júbilo, ascensão, grandeza”.
REVISTAS LITERÁRIAS E GRUPO HERA – Natural de Matas do Orobó, sertão da Bahia, Antonio Brasileiro é poeta, ficcionista, ensaísta, professor de Literatura e artista plástico. Na década de 60, em Salvador, fundou as Edições Cordel, editora responsável pela veiculação de importantes revistas de Literatura do período, como “Serial” e “Cordel”.
Radicado em Feira de Santana desde 1971, é membro fundador do “Grupo Hera”, uma das mais longevas confrarias literárias do país. Idealizou, juntamente com poetas da envergadura de Roberval Pereyr, Juraci Dórea, Wilson Pereira de Jesus, Cremildo Souza, Elieser Cesar, Washington Queiroz, Rubens Pereira, dentre outros, a “Revista Hera”, periódico especializado em poesia, que circulou entre 1972 e 2005, alcançando grande projeção nacional.
Na década de 1980, ajudou a fundar, junto com Juraci Dórea e Ana Rosário, o Projeto Chocalho de Cabra, de artes plásticas, que realizou uma série de intervenções artísticas nas ruas de Feira de Santana e região.
Doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atuou, como professor, no Departamento de Letras e Artes (DLA) da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Foi eleito membro da Academia de Letras da Bahia (ALB) em 2009. Tem dezenas de livros publicados, dentre poesia, prosa e ensaios. É autor de “Licornes no quintal” (poesia, 1989); “A pura mentira” (poesia, 1984); “Caronte” (romance, 1995); “Da Inutilidade da Poesia” (ensaio, 2002); “Poemas Reunidos” (2005); “Memórias Miraculosas de Nestor Quatorzevoltas” (ficção, 2013) e “Lisboa 1935” (poesia, 2015), dentre outros volumes consagrados.
O lançamento de “Como aquela montanha sossegada” está programado para começar a partir das 18h30, na Seriguela Petiscaria. O espaço está localizado na Rua Professor Fernando São Paulo, 499, Ponto Central (esquina do Banco do Brasil da Avenida Getúlio Vargas).
Ísis Moraes