Publicado em: 17 de janeiro de 2020
Não foi a primeira vez que o presidente dá declarações do tipo a imprensa. De acordo com relatório, presidente foi o autor de 121 ataques contra a categoria em 2019
Em cerimônia no Palácio do Planalto, na qual o governo anunciou medidas para a Operação Acolhida, o presidente da Repúbica, Jair Bolsonaro, disse ontem (16) que a imprensa “tem medo da verdade”, “deturpa” e “mente”.
A Operação Acolhida é destinada a receber cidadãos venezuelanos que fogem da crise no país.
O presidente se dirigiu aos jornalistas em ao menos três ocasiões e reclamou da cobertura que a imprensa faz do governo.
Bolsonaro também se referiu ao livro “Tormenta: O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos”, que trata do primeiro ano de governo.
O mandatário chamou a autora da obra, Thaís Oyama, de “japonesa” e afirmou não saber o que ela faz no Brasil. No entanto, Thaís é brasileira nata e disse que não comentaria as declarações do presidente.
“A nossa imprensa tem medo da verdade, deturpa o tempo todo. Quando não conseguem deturpar, mentem descaradamente. E esse o livro dessa japonesa, que eu nem sei o que faz no Brasil, que faz agora contra o governo. São aqueles que o tempo todo trabalham contra a democracia, contra a liberdade”, declarou Bolsonaro.
Não foi a primeira vez que o presidente dá declarações do tipo a imprensa. De acordo com o relatório Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, divulgado dia 16 pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Bolsonaro foi o autor de 121 ataques contra a categoria em 2019, o equivalente a 58,17% do total de 208 casos registrados no ano.