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Bolsonaro oficializa 6 trocas ministeriais


Publicado em: 30 de março de 2021


Presidente trocou comandos de Relações Exteriores, Defesa, Justiça, Casa Civil, Secretaria de Governo e Advocacia-Geral da União; saiba quem entra e quem sai. Governo tem atualmente 22 ministérios.

A reforma ministerial que o presidente Jair Bolsonaro realizou na segunda-feira (29) foi oficializada na terça (30), com a publicação no “Diário Oficial da União” (DOU) das seis trocas no primeiro escalão do governo.

Quem entra e quem sai

CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

  • Quem entra: general da reservaLuiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria de Governo
  • Quem sai: general da reservaBraga Netto, transferido para o Ministério da Defesa

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DA SEGURANÇA PÚBLICA

  • Quem entra:delegado da Polícia Federal Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal
  • Quem sai:André Mendonça, transferido para a Advocacia-Geral da União (AGU)

MINISTÉRIO DA DEFESA

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

  • Quem entra: embaixador Carlos Alberto Franco França, diplomata de carreira que estava na assessoria especial da Presidência da República
  • Quem sai:embaixador Ernesto Araújo

SECRETARIA DE GOVERNO DA PRESIDÊNCIA

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

  • Quem entra: André Mendonça, que já chefiou a AGU no início do governo e está atualmente no Ministério da Justiça.
  • Quem sai:José Levi, procurador da Fazenda Nacional

A amplitude da reforma surpreendeu. Até o fim de semana, somente a substituição de Ernesto Araújo era tida como provável para os próximos dias. Mas Bolsonaro aproveitou a saída de Araújo para realizar uma mudança maior.

O governo atualmente tem 22 ministérios – a independência do Banco Central aprovada pelo Congresso fez com que a instituição deixasse de ser contabilizada nessa lista.

Veja as novas trocas de ministros do governo Bolsonaro após saída de Ernesto Araújo

Os novos ministros

  • Casa Civil: Luiz Eduardo Ramos

Luiz Eduardo Ramos, novo ministro da Casa Civil — Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Ao nomear Luiz Eduardo Ramos, Bolsonaro manteve um general da reserva na chefia da Casa Civil. Ramos era, até esta segunda, ministro da Secretaria de Governo.

General de quatro estrelas e amigo de Bolsonaro, Luiz Eduardo Ramos estava desde 2019 como o principal articulador politico do governo junto ao Congresso Nacional.

Na nova função, Ramos será uma espécie de gerente do governo, já que a Casa Civil coordena o andamento das ações dos ministérios. A pasta também trata da entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

  • Defesa: Walter Braga Netto

Walter Braga Netto, novo ministro da Defesa, ao lado do presidente Jair Bolsonaro — Foto: Alan Santos/PR

Para o ministério da Defesa, Bolsonaro trocou um general da reserva do Exército por outro: sai Fernando Azevedo e Silva e entra Walter Braga Netto, que estava na Casa Civil.

General de quatro estrelas, Braga Netto chegou ao posto máximo da carreira no Exército. Ex-interventor federal na segurança do Rio de Janeiro, o militar era chefe do Estado-Maior do Exército quando foi nomeado para Casa Civil, ou seja estava no serviço ativo das Forças Armadas. Ele só passou à reserva após assumir o cargo.

  • Justiça e Segurança Pública: Anderson Torres

Delegado da PF Anderson Torres, novo ministro da Justiça — Foto: Lúcio Bernardo Jr / Agência Brasília

O governo terá no Ministério da Justiça o delegado da Polícia Federal Anderson Torres, que chefiava até esta segunda a Secretaria de Segurança Pública do DF.

Torres foi escolhido para o cargo pelo atual governador Ibaneis Rocha, do MDB, na transição de governo em 2018.

Antes, tinha sido chefe de gabinete do deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), ligado ao presidente da República eleito Jair Bolsonaro (PSL). Ao ser escolhido pelo governo do DF, foi definido como alguém “de extrema confiança do presidente eleito [Jair Bolsonaro] e do Sérgio Moro”.

  • Relações Exteriores: Carlos Alberto Franco França

Carlos Alberto Franco França, novo ministro das Relações Exteriores, em foto de dezembro de 2018 no Palácio do Planalto — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo/Arquivo

Carlos Alberto Franco França é diplomata de carreira e foi promovido a embaixador (ministro de primeira classe, na hierarquia do Itamaraty) há pouco mais de um ano.

No Palácio do Planalto, França é descrito como um diplomata de estilo discreto, ponderado e muito aplicado para cumprir suas tarefas. Assim, ganhou a confiança de Bolsonaro. O novo chanceler tem perfil avesso a embates ideológicos, segundo interlocutores.

França nunca chefiou uma missão diplomática no exterior. Durante a carreira, ele serviu nas embaixadas em Washington (Estados Unidos), Assunção (Paraguai) e La Paz (Bolívia) por duas vezes.

  • Secretaria de Governo: Flávia Arruda

Deputada Flávia Arruda (PL-DF), nova ministra da Secretaria de Governo, em foto de arquivo tirada na Câmara dos Deputados — Foto: Arquivo pessoal

Bolsonaro nomeou a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) para substituir o general Luiz Eduardo Ramos na articulação política do governo federal.

A deputada é do mesmo bloco político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O Centrão conseguiu emplacar o nome da parlamentar de primeiro mandato na presidência da Comissão Mista de Orçamento.

A deputada é esposa de José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal condenado por participação em um esquema de corrupção conhecido como “Mensalão do DEM”.

Formada em educação física e direito, Flávia Arruda foi eleita deputada federal em 2018 com 121.340 votos, 8,43% dos votos válidos para o cargo. Em 2014, foi candidata a vice-governadora do DF, mas a chapa não se elegeu.

  • Advocacia-Geral da União: André Luiz Mendonça

André Mendonça, novo ministro da Advocacia-Geral da União — Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Bolsonaro promoveu o retorno do advogado André Luiz Mendonça para Advocacia-Geral da União (AGU). Ele era o titular da pasta no início do governo e foi deslocado para o Ministério da Justiça no ano passado, após a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça.

Doutor em direito e governança global e mestre em estratégias anticorrupção e políticas de integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha, Mendonça já ganhou o Prêmio Innovare, que premia boas práticas do poder Judiciário.

Mendonça é conhecido por ter bom trânsito entre ministros do STF. Pastor na Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília, ele figura entre cotados para uma indicação ao Supremo diante da promessa de Bolsonaro de nomear para corte um ministro “terrivelmente evangélico”.

Segunda-feira de mudanças

A primeira troca confirmada nesta segunda foi a de Ernesto Araújo. Criticado por sua atuação durante a pandemia, o chanceler teve a demissão pedida por deputados e senadores e, no domingo (28), sacramentou sua saída após um atrito com a senadora Kátia Abreu (PP-TO).

O ministro se reuniu com assessores próximos no fim da manhã e apresentou o pedido ao presidente Bolsonaro, segundo apurou a TV Globo. A confirmação oficial e o nome de Carlos Alberto Franco França como substituto, no entanto, só saíram no fim da tarde.

À tarde, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, emitiu nota oficial para informar que deixaria o cargo. O comunicado não informou motivo e nem substituto, mas Azevedo e Silva foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, informou o blog da jornalista Andréia Sadi.

pedido de demissão de José Levi do comando da AGU foi confirmado no fim da tarde, minutos antes da nota oficial do Planalto com a íntegra da reforma ministerial. A TV Globo teve acesso ao despacho enviado por Levi ao presidente Jair Bolsonaro com o pedido de exoneração.

Por G1