Publicado em: 6 de janeiro de 2023
Após deixar a realeza, o duque de Sussex tem dado declarações sobre o que acontece dentro do Palácio de Buckingham
Desde que o príncipe Harry abdicou das funções dentro da monarquia britânica, em 2020, ele tem revelado diversas polêmicas sobre a família real.
Em abril de 2021, ao lado da esposa Meghan Markle, o duque de Sussex deu uma entrevista bombástica à Oprah Winfrey. Na conversa, ele revelou questões pessoais, como o uso de drogas e álcool para lidar com a morte da mãe, Diana, e situações que aconteceram dentro do Palácio de Buckingham.
Em 2022, Harry e Meghan lançaram uma série na Netflix, que teve a melhor estreia para um documentário na história da plataforma, onde contaram sobre os primórdios do relacionamento dos dois e criticaram o comportamento da imprensa e da família real.
Já no início deste ano, Harry lançará um livro de memórias chamado “Spare”, “O Que Sobra” no Brasil, no dia 10 de janeiro. O título faz referência a um apelido de infância do duque de Sussex.
Antes mesmo do lançamento, jornalistas que tiveram acesso prévio à obra revelaram polêmicas relatadas por Harry que envolvem seus familiares.
Relembre nove revelações que Harry fez sobre a família real
“Falta de compreensão”
Em entrevista à Oprah Winfrey, Harry revelou que ele e Meghan pararam de trabalhar como membros da família real porque pediam ajuda e não conseguiam.
“Falta de apoio e falta de compreensão” foi a razão pela qual eles decidiram recuar, segundo duque de Sussex.
Na mesma entrevista, Meghan contou que disse aos membros da família real que “isso não estava funcionando para ninguém”.
Racismo
Uma das revelações mais bombástica – que na verdade foi feita pela duquesa de Sussex – foi sobre comentários de cunho racista de membros da família real sobre Archie, filho de Harry e Meghan.
À Oprah, Meghan disse que havia preocupação dentro da família real sobre o tom da pele de seu bebê, e Harry condenou seus parentes por não criticarem os dizeres coloniais na cobertura da mídia.
Durante a gravidez, um membro não identificado da família teria levantado a questão de quão escura seria a pele de Archie.
“Isso foi trazido a mim por Harry. Essas conversas, a família teve com ele”, acrescentou Meghan, recusando-se a revelar quem estava envolvido nas discussões. “Isso seria muito prejudicial para eles”.
“Essa conversa, eu nunca vou compartilhar”, disse Harry. “Na época, foi estranho, fiquei um pouco chocado”.
Quando Winfrey perguntou se o príncipe poderia compartilhar as perguntas feitas durante a conversa, ele recusou, pontuando: “Não me sinto confortável em compartilhar isso”.
Corte financeiro
Outra revelação foi corte financeiro feito pela família real após Harry e Meghan abdicarem das funções reais.
“Minha família me isolou financeiramente”, disse. “Mas eu tenho o que minha mãe me deixou e sem isso não teríamos sido capazes de fazer isso [deixar a realeza]”.
Os dois disseram que sugeriram se mudar para um país da Comunidade das Nações (união de países que são submetidos ao Reino Unido, “Commonwealth” em inglês) e continuar a apoiar a monarquia quando necessário, mas acabaram se estabelecendo nos Estados Unidos depois que sua segurança foi removida.
Devido à mudança de status, sua proteção foi revogada. Na época, a questão de quem forneceria a segurança do casal foi amplamente divulgada, sendo um fator decisivo na decisão de se mudarem do Canadá, onde permaneceram temporariamente, para a Califórnia.
Vazamento de histórias
Já na série da Netflix, o príncipe Harry disse que a família real britânica vaza regularmente histórias uns sobre os outros.
Ele acusou os assessores da realeza de fazer parte de ataques da mídia. Ou seja, elas não apenas não tentavam evitar a cobertura negativa da imprensa, mas incentivavam ativamente.
“É um jogo sujo. Há vazamentos, mas também há histórias plantadas”, disse Harry. “Portanto, se a equipe de comunicação quiser remover uma história negativa sobre seu diretor, eles negociarão e darão a você algo sobre outra pessoa.”
Um ex-assessor sênior do príncipe William teria sido o responsável por fornecer evidências de uma ação legal que Meghan moveu contra o jornal Mail on Sunday, que publicou uma carta que ela escreveu para o pai – com quem não tem boa relação, conforme relatado na série.
“Prefiro ser destruído na imprensa do que entrar nesse jogo ou nessa coisa de negociação”, disse Harry. “Ver o gabinete do meu irmão copiar exatamente a mesma coisa que prometemos que nós dois nunca faríamos atingiu o coração”.
Popularidade causa tensão
Também na série documental, o príncipe Harry disse que a chegada da nova esposa Meghan “roubou os holofotes” da família real, o que lhes incomodou.
O duque de Sussex relembrou a aparição de Meghan em um evento público com a presença de membros da realeza, incluindo a rainha Elizabeth II, que resultou em uma foto de Meghan estampada na primeira página do Telegraph.
“Quando alguém que está se casando, que deveria ser ‘um ato coadjuvante’, está roubando os holofotes ou fazendo o trabalho melhor do que a pessoa que nasceu para fazer isso, isso perturba as pessoas, muda o equilíbrio”, diz o príncipe sobre as manchetes dos jornais sobre a crescente popularidade do casal.
Reprovação do irmão
Harry também revelou que William, agora herdeiro do trono, gritou com ele quando houve uma conversa sobre Harry deixar seu papel real.
“Foi apavorante ter meu irmão gritando comigo, e era meu pai dizendo coisas que simplesmente não eram verdade, e minha avó estava sentada em silêncio e meio que absorvendo tudo”, disse.
Para o príncipe, a parte mais triste “foi a divisão criada entre mim e meu irmão, de modo que agora ele está do lado da instituição. E eu entendo. Parte disso, eu entendo. Essa é a herança dele”.
Agressão de William
Segundo jornalistas do The Guardian que tiveram acesso ao seu novo livro, “Spare”, que será lançado dia 10 de janeiro, o príncipe Harry acusou seu irmão, William, de agredi-lo fisicamente durante uma discussão sobre sua esposa, Meghan Markle, em 2019.
A briga teria acontecido após uma conversa entre os irmãos, na qual William teria chamado a duquesa de Sussex de “difícil”, “rude” e “abrasiva”, segundo o The Guardian.
“O confronto aumentou até que William “me agarrou pelo colarinho, rasgou meu colar e… me jogou no chão’”, relatou o The Guardian.
Harry alegou que o irmão o atacou depois que ele lhe ofereceu água e tentou esfriar uma troca verbal acalorada, de acordo com o The Guardian.
“Ele abaixou a água, me chamou de outro nome e depois veio até mim. Tudo aconteceu tão rápido. Muito rápido. Ele me agarrou pelo colarinho, rasgou meu colar e me jogou no chão. Aterrissei na tigela do cachorro, que rachou sob minhas costas, os pedaços me cortando. Fiquei ali por um momento, atordoado, depois me levantei e disse a ele para sair”, segundo o artigo, citando a obra.
Segundo o The Guardian, o duque de Sussex disse no livro que irmão o incentivou a revidar, mas ele se recusou a fazê-lo.
William teria saído, mas depois voltado, “parecendo arrependido” e se desculpou, segundo o artigo do Guardian, citando o livro.
Spare, livro de memórias do príncipe Harry que será lançado em 10 de janeiro. / Divulgação/Penguin Random House
Fantasia nazista
Já o Page Six, uma revista inglesa, revelou outro relato de Harry em seu novo livro.
Segundo a publicação, Harry teria revelado que William e Kate o incentivaram a usar o traje nazista – que tanto causou polêmcia à época – em uma festa em 2005.
A foto em que ele usa uma roupa de soldado com uma suástica estampou a primeira página de um dos principais jornais do Reino Unido, The Sun.
De acordo com a revista, o duque de Sussex disse que tinha duas opções para a festa: uma roupa de piloto e a de soldado nazista.
“Telefonei para William e Kate, perguntei o que eles achavam. Uniforme nazista, eles disseram”, escreveu Harry
Uso de drogas
De acordo com a Sky News, em “Spare”, Harry contou que seu pai, o rei Charles III, o mandou para um centro da reabilitação de drogas por um dia em sua adolescência.
Em 2002, aos 16 anos, ele enfrentou acusações de consumo de álcool e maconha, o que levou a decisão monarca.
No livro, segundo a emissora, Harry teria admitido também ter usado cocaína aos 17 anos.
“Claro que eu estava usando cocaína naquela época. Na casa de alguém, durante um fim de semana de caça, me ofereceram uma linha e, desde então, comi mais um pouco”, teria escrito Harry, conforme a publicação.
*Com informações de Angus Watson, Lauren Said-Moorhouse, Max Foster e Rob Picheta, da CNN, e da Reuters