Publicado em: 22 de maio de 2018
Eleições presidenciais. É do que se vai falar no Brasil de ponta a ponta de agora em diante até outubro. Estamos aptos, nesse caso, a ter uma conversa saudável, discutir a relação com igual força? Ou continuaremos na defensiva, permissivos, letárgicos ou pior ainda, invisíveis para um dos lados? De que tipo de equidade democrática se trata aqui mesmo? Hã? Jura? Eleitor tem força de que mesmo? Formiga?
Tenho minhas dúvidas. Acho que debaixo desse suposto pirão democrático não tem carne nenhuma, no máximo, no máximo, umas iscazinhas. Que fizemos antes do período eleitoral? Que praticamos de fato, como eleitores conscientes, de que as coisas por essas plagas estão péssimas e precisam – para ontem – melhorar? Onde diabos nossa cara estava enfiada que deixamos chegar ao ponto em que chegou?
Será que nós fazemos ideia da tremenda burrada que fizemos ao termos deixado chegar nessa situação política? Isso tudo também tem cheiro de auto-engano. Dessas imbecilidades que cometemos uns com os outros no nosso cotidiano, quando não enxergamos os erros uns dos outros (porque queremos nos enganar, porque é mais fácil que mudar) e permitimos que a relação se deteriore.
Se somos formigas, formiguinhas ou saúvas, não estamos honrando o papel das formigas, que com organização espetacular, tocam o formigueiro com impecável disciplina, cada grupo faz seu parte. Que fizemos? Onde está nossa disposição? Mal começamos uma tarefa em grupo e esmorecemos, largamos de mão, desfazemos qualquer espectro de coesão nacional em prol da democracia e desistimos atordoados. Prato cheio, por sinal, para deixar que cretinos alcancem espaços que jamais deveriam ter.
Não será com discussões acaloradas de bar que conquistaremos mudanças na política. Nem carinhas zangadas de emoticons nas redes sociais. A seriedade do contexto, os rumos nos quais estamos nos aproximando e as drásticas mudanças necessárias. E com o preocupante e urgente cuidado que se tem que ter com a manutenção das instituições democráticas ilesas, apartadas do unilateralismo e autocracia.
Não há espaço nem é tempo de esfriar ânimos. Ainda dá tempo de dar um chacoalhão nessa bagunça e um basta nesta letargia. A reflexão deve ser voltada para a gravidade das questões que não podem ser deixadas nas mãos erradas e autoritárias (inflexíveis com as discussões e debates para tomada de decisões).Candidatos, candidatos, não, não seremos idiotizados, nem mesmerizados atônitos com alguns resultados desfavoráve
Tomaremos as rédeas de novo dos espaços democráticos de direito e buscaremos a lei, a ordem, a justiça, o equilíbrio das garantias e tudo o mais que é nosso – dos eleitores, de todos os milhões de cidadãos brasileiros – e não de um grupinho minúsculo de privilegiados sem-vergonhas de araque. Vamos deixar o barzinho para comemorar a vitória depois.
Cristine Souza