Publicado em: 3 de setembro de 2019
A ratificação do acordo entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) a e União Europeia (UE) depende em grande parte das ações do Brasil em relação aos incêndios na selva amazônica, declarou a porta-voz da Comissão Europeia.
A União Europeia e o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) assinaram em 28 de junho um acordo de livre comércio que estavam negociando há duas décadas.
“Quanto ao acordo comercial com o Mercosul, é difícil imaginar uma ratificação harmoniosa por parte dos países da UE se a selva amazônica continuar ardendo, muito dependerá também das ações do Brasil a este respeito”, disse a porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva.
A entrada em vigor requere o ajustamento dos textos no sentido jurídico e técnico e a ratificação pelos parlamentos dos países membros do bloco sul-americano, pelo Parlamento Europeu e pelos países membros da União Europeia.
No entanto, no contexto dos incêndios na Amazônia, vários países da UE anunciaram a possibilidade de não apoiar o acordo comercial com o Mercosul.
Em 27 de agosto, o ministro das Relações Exteriores de Alemanha, Heiko Maas, enfatizou que a política climática e ambiental tem uma importância fundamental para a avaliação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, relembrando que o Brasil se comprometeu a lutar contra o desmatamento.
O número de incêndios na Amazônia triplicou no período de um ano, passando de 10.421 em agosto de 2018 para 30.901 no mês passado, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).