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Conselho de Segurança da ONU rejeita proposta de resolução dos EUA para conflito no Oriente Médio


- Crédito da Foto: Reuters/Shannon Stapleton - Publicado em: 26 de outubro de 2023


O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) rejeitou, na tarde de quarta-feira (25), uma proposta de resolução elaborada pelos Estados Unidos acerca do conflito entre o Estado de Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

De acordo com a Agência Brasil, a proposta foi aceita por dez países, mas acabou rejeitada pela Rússia e pela China. Ambos os países são membros permanentes da entidade, tendo, por isso, poder de veto.

Brasil, que, no dia 18 de outubro, teve sua proposta rejeitada pelos EUA, mesmo após longa negociação e inclusão de sugestões de outros países, decidiu pelo direito de se abster.

Esta é a terceira proposta de resolução rejeitada no Conselho de Segurança da ONU. A primeira foi apresentada pela Rússia, no dia 16, porém sem consulta a outros países na construção do texto.

Ontem (25), segundo a Agência Brasil, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, declarou ter incorporado vários elementos da resolução apresentada pelo Brasil na semana passada, a mesma resolução rejeitada pelos Estados Unidos. O texto também exigia uma pausa humanitária para permitir que a ajuda chegasse à população na Faixa de Gaza.

Contudo, um trecho que assegura o direito de Israel de revidar os ataques terroristas sofridos no dia 7 de outubro foi inserido, pelo país norte-americano. Linda Thomas-Greenfield se disse desapontada com o resultado, após a proposta de seu país ser rejeitada. Segundo ela, os Estados Unidos ouviram a todos na construção do texto.

RÚSSIA APRESENTA NOVA PROPOSTA – A Rússia apresentou uma nova proposta de resolução, em seguida. O texto, entretanto, foi rejeitado pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, ambos com poder de veto. Nove países decidiram pela abstenção, entre eles, o Brasil.

Barbara Woodward, representante do Reino Unido, disse que a proposta da Rússia não poderia ser aceita por não garantir o direito de Israel se defender das agressões sofridas. E destacou que, uma vez mais, não houve qualquer consulta do representante da Rússia aos demais membros da entidade.

Conforme a Agência Brasil, o Conselho de Segurança da ONU é formado por cinco membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Integram o conselho rotativo a Albânia, o Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e os Emirados Árabes.

Sendo assim, para que uma resolução seja aprovada, é necessário o apoio de nove do total de 15 membros. Mas nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto. Já na Assembleia Geral da ONU não existe esse mecanismo.

CAOS TOTAL – Segundo autoridades de saúde palestinas e organismos internacionais políticos e de ajuda humanitária, desde o início do conflito até esta quarta-feira (25), 7.028 civis palestinos já morreram, todos vítimas do incessante bombardeio israelense à Faixa de Gaza.

Dentre os mortos, estão mais de 2,7 mil crianças e mais de 1,6 mil mulheres. O total de feridos chega a 17.439. Outras 1,5 mil pessoas estão desaparecidas sob escombros. A população também está privada de água, comida, energia elétrica, combustíveis e insumos médicos, há 19 dias.

A situação, segundo a ONU, que acusa o Estado de Israel de cometer crimes contra a humanidade e genocídio contra o povo palestino, é de grave crise humanitária. O enclave está à beira do caos total. O bloqueio israelense está a ponto de culminar na inoperância geral dos hospitais locais, o que pode levar à morte centenas de bebês e civis internados em estado crítico.

Na Cisjordânia, território palestino vizinho, que é ocupado militarmente por Israel e também está sob ataque, o número de mortos chega a 103 e há 1.836 pessoas feridas. Governada pela Autoridade Palestina, a Cisjordânia não tem registros da atuação de membros do Hamas.