Publicado em: 18 de agosto de 2020
Mais um teste de saliva para diagnóstico da infecção pelo novo coronavírus foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) – órgão equivalente à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – no último sábado (15) para uso emergencial nos Estados Unidos. No Brasil, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) também desenvolveu um exame deste tipo, que deve ser submetido à validação da Anvisa até o final deste mês. O teste de saliva é mais barato, mais simples e menos invasivo que o RT-PCR, considerado padrão ouro para a detecção do coronavírus. O exame criado pela universidade brasileira já foi realizado em moradores da cidade de Paulínia, no interior de São Paulo, meses atrás, a partir de uma parceria com a prefeitura.
Foram feitas coletas com swab (cotonete gigante usado para colher material no exame RT-PCR) e saliva, nesse caso, basta que o voluntário cuspa em um potinho de amostra. A entrada com os documentos necessários para validação do teste de saliva pela Anvisa deve acontecer até o final deste mês, de acordo com Alessandro dos Santos Farias, professor do Instituto de Biologia e Coordenador da Frente de Diagnóstico da Força-Tarefa de enfrentamento ao novo coronavírus da Unicamp. A ideia de submeter o exame à aprovação da Anvisa tinha sido deixada para escanteio por causa do tempo que esse processo leva para se concretizar. “Você esbarra em muita burocracia, tem todo um protocolo de validação na Anvisa e em outros órgãos. Na época, alguns [pesquisadores] acharam que a gente não tinha como validar”, lembra. Mas a notícia do aval concedido pela FDA deu aos pesquisadores brasileiros a expectativa de que o mesmo possa acontecer por aqui, pois isso pode facilitar e acelerar os trâmites necessários. “A Anvisa leva em consideração o fato de [o teste] já ter sido validado no FDA, o que encurtaria o processo”, afirma Farias. Os brasileiros, no entanto, também pretendem realizar o teste seguindo os protocolos estabelecidos pela Universidade de Yale porque desta maneira ele alcançou mais eficácia. “Do jeito que a gente [cientistas da Unicamp] fez ficou um pouco menos sensível”, explica o professor. Sensibilidade se refere à capacidade detectar a presença do novo coronavírus. |