Publicado em: 27 de julho de 2020
Outrora Feira de Santana era um celeiro de cultura reconhecido em todo o Brasil, com vários aspectos culturais e renomados artistas que se destacaram em diversas áreas. Com o advento das forças políticas que governam o município nos últimos vinte anos, tanto a cultura tida como erudita, como a cultura popular e o folclore latentes foram relegados ao último plano.
Fica difícil tolerar o desprezo dos poderes públicos locais contra isso que faz de nossa gente uma das melhores do Brasil na criatividade e nas iniciativas da área cultural, que forma e educa nossas gerações. Ano após ano a cultura nos orçamentos públicos apresentados e aprovados no município geralmente nunca passam de R$ 5 milhões.
Tratam a cultura local, que deveria ter amplo apoio para gerar emprego e renda para os mais diversos artistas, como se tudo se resumisse na Micareta. Esta é apenas a maior festa popular de nossa gente, mas não é o todo da coisa. Esta é apenas uma das vertentes de nossa cultura, sem levar em consideração que o dinheiro colocado nela não é do orçamento da cultura, mas de patrocinadores, parceiros e marcas interessadas em vender imagem.
A coisa precisa ser repensada em Feira de Santana, porque a cultura não é somente um meio de sobrevivência de artistas e segmentos da área cultural, mas uma premissa básica para que nosso povo continue a ser reconhecido como um povo que cria, que faz arte, que resgata o nosso passado glorioso. Além de ser um trampolim para o desenvolvimento também de nossa economia.
Sem cultura nosso povo passa a ser como casulos “engravidados” de todo lixo cultural que vem de fora, imposto pela mídia venal e seus valores parciais. Aquele que se dispor a administrar nossa gente e nossos interesses públicos deve saber que para fazer de nosso povo o que sempre foi, precisa formular as mais diversas Políticas Públicas na área da cultura. Isso é urgente!
Por Genaldo Melo