Bahia, 18 de setembro de 2024 às 22:28 - Escolha o idioma:

Decisão da Justiça reabre o debate sobre o uso medicinal da maconha


Publicado em: 22 de fevereiro de 2018


Isso acontece porque o medicamento é caro e fica proibitivo para o cidadão comum comprar

Frase da vez

“Todos os turistas que compram em nossa mão primeiro param aí, tiram fotos e depois descem para comprar”

Kandara Pataxó, índia ptataxó de Coroa Vermelha, em Santa Cruz de Cabrália, criticando a decisão da justiça de mandar tirar o monumento da 1ª missa no Brasil.

Foto: divulgação
Foto: divulgação

Num caso único até agora na história da Bahia, a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Salvador publicou anteontem aviso de convocação para empresas fornecedoras de medicamentos apresentarem preços para o revivid tincture – canabidiol 1000mg/30 ml.

A questão: o remédio é à base de maconha e por isso alvo de muita polêmica. No caso em apreço, a Secretaria de Saúde cumpre ordem judicial para atender o tratamento de um paciente com epilepsia grave.

Isso acontece porque o medicamento é caro e fica proibitivo para o cidadão comum comprar, segundo o médico Túlio Alves, um doutor da Uneb especialista em dor que é ferrenho defensor do uso da canabis para fins medicinais, prática corriqueira nos EUA.

Ele cita que a morfina, droga tida como bem mais pesada, já é usada, mas com a maconha há esse preconceito.

No Brasil, apesar de algumas decisões judiciais isoladas, é proibido o plantio mesmo para fins científicos e segundo Túlio, aí está a razão do encarecimento. Embora a Anvisa já tenha dito que nada tem contra o uso para fins científicos, diz que é uma postura ainda tímida:

— Ora, a ciência já comprovou, essa é a última novidade, que o nosso organismo tem um sistema canabinóide endógeno, com muúltiplas funções. Ou seja, temos maconha no corpo. Só nos falta uma compreensão sensata.

Alguns fazem questão de corrigir: o PMDB não é mais PMDB, agora é MDB, o nome que o partido tinha nos tempos da ditadura, até que foi obrigado a botar o P, pela própria ditadura.

Agora tirou o P, como outros partidos mudaram de nome, na tentativa de minizar o efeito Lava Jato.

Não adianta. Cálculos feitos por políticos ligados ao partido estimam que dos 47 prefeitos eleitos pela legenda em 2016 na Bahia, 17 já debandaram.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é Jornalista político, Diretor de Jornalismo do Bahia.ba, e titular da Coluna Opinião do Jornal A Tarde.