Publicado em: 1 de julho de 2019
Para ex-procurador-geral da República, mensagens, por exemplo, não comprometem sentença que levou Lula à prisão
Em meio à divulgação de conversas entre o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, pelo site The Intercept Brasil, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico não temer que mensagens suas sejam alvo de eventuais vazamentos.
Ao jornal, ele relatou que, em abril, pouco antes de se aposentar, teve o celular invadido por hackers. No dia 5 de junho, houve uma nova tentativa. “Estou tranquilíssimo. Se divulgarem alguma mensagem minha, o que vai ficar chato é a linguagem”, contou.
Para Janot, porém, as mensagens não deveriam anular a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex, porque a sentença de Moro já foi confirmada em outras instâncias. “Agora, que não é comum, não é”, diz sobre a relação do ex-juiz com Deltan.
Longe dos holofotes desde que deixou a cadeira de procurador-geral da República em setembro de 2017, Rodrigo Janot passou para o outro lado do balcão. Após se aposentar em 25 de abril, ele acaba de inaugurar um escritório de advocacia, em Brasília, onde recebeu o Valor para uma entrevista exclusiva.
Como advogado, o ex-PGR pretende atuar com compliance de empresas e ações coletivas. O primeiro caso que pegou, dos moradores do distrito de Macacos, em Nova Lima (MG), atingidos pela possibilidade do rompimento de mais uma barragem da Vale, será pro bono. Há, ainda, um livro no prelo com sua versão sobre a Operação Lava Jato. No livro, ele conta que foi convidado por um presidente da República para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e vai revelar o nome.