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Diretor da Adufs compara Rui Costa com ditador da China ao saber que nome de reitor da Uefs não foi homologado


Publicado em: 16 de maio de 2019


 

Em reação a medida, professores da Uefs em greve ocuparam a reitoria

Reeleito reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) com 60% dos votos, o professor Evandro Nascimento está com a permanência no cargo ameaçada. Nota divulgada pelo A Tarde nesta quinta-feira (16) informa que ao receber os documentos para homologar o nome do reitor, o governador Rui Costa devolveu a papelada com o lembrete: “Cumpra-se a lei”. E a lei prevê o envio de uma lista tríplice para que o gestor do estado escolha um dos concorrentes.

A mesma nota dá conta que a iniciativa do governador é reação a declarações do professor Evandro, que disse em entrevista à Folha de São Paulo que Rui Costa está fazendo com as universidades estaduais o mesmo que Bolsonaro com as federais: cortando verbas.

Ao tomar conhecimento dos fatos, professores da Uefs que estão em greve resolveram ocupar a reitoria, que está sem reitor, em protesto contra a decisão. O governador Rui Costa chega hoje do exterior e o mandato de Evandro expira amanhã.

Ao Acorda Cidade, o diretor da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs), André Uzêda, criticou a postura de Rui e o comparou com Xi Jinping, o ditador da China. “A ideia é permanecer (na reitoria) para mostrar ao governador que ele não pode tratar as universidades dessa forma. Parece o ditador da China, ele que comanda com mãos de ferro”, frisou.

Embora não acredite que o governador vá de fato negar o resultado da eleição e escolher outro nome para substituir o de Evandro Nascimento, Uzêda considera o pedido da lista como “demonstração clara de força, em um ato autoritário”. “Não acho que o governador vai fazer uma loucura dessas, porque o mundo vai desabar e a universidade não vai aceitar. Todo o campo democrático vai reagir a isso. Não é isso que eu tenho medo, mas de qualquer forma é uma demonstração desnecessária de força”, criticou.

Uzêda reconhece que a lei prevê a escolha de nome através de lista tríplice, mas ressalta que nas últimas eleições foram enviados para o governador apenas o nome do candidato mais votado na eleição e para ele não faz sentido pedir a lista em cima do prazo de expiração do mandato de Evandro. “O governador recebeu isso há muito tempo, a eleição foi no início de abril, mas só agora próximo da posse é que o governador envia algo para criar obstáculo?”, questionou.

Uzêda questionou ainda se Rui Costa vai passar os próximos quatro anos impondo o silêncio à administração superior. “Quer dizer que além de não receber os recursos não pode nem reclamar, não pode nem questionar o governo? A gente tem que estar aqui para dar força, porque somos defensores do Estatuto do Magistério do Ensino Superior, da democracia, da eleição para reitor. A Uefs é uma altarquia, temos autonomia didática, financeira e de gestão”, arrematou.

 

Acorda Cidade