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Disputa eleitoral antecipada gera clima de fim de governo e trava reformas econômicas


Por: Foto: Tânia Rego/Agência Brasil Publicado em: 19 de maio de 2021


Entre os principais temas em discussão no Legislativo estão a reforma administrativa, três propostas de reforma tributária e a privatização de algumas estatais

 

O clima de disputa eleitoral antecipada e a CPI da Covid estão gerando um clima de fim de governo no Congresso, o que tem travado reformas econômicas propostas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

A chance de aprovação de reformas econômicas até 2022 passou a ser vista como remota pelo mercado financeiro e por analistas políticos, segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo. Isso está revertendo o otimismo do início do ano após a mudança no comando do Congresso Nacional.

Entre os principais temas em discussão no Legislativo estão a reforma administrativa, três propostas de reforma tributária e a privatização de algumas estatais. Em todos os casos, as mudanças contrariam grupos de interesse organizados, como o funcionalismo, o que torna difícil o andamento dessas questões em um ambiente que já é de disputa eleitoral antecipada.

Pesam também a continuidade da pandemia e a falta de espaço no Orçamento de 2021 para incorporar mais demandas parlamentares em troca de apoio ao governo federal. Há ainda a falta de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de vários ministérios à agenda liberal do ministro Paulo Guedes, o que já levou a uma debandada de vários secretários e assessores da pasta comandada por ele, a Economia.

A reforma dos tributos sobre o consumo em todos os níveis de governo sofreu um revés nas últimas semanas com a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de anunciar o fim da comissão que analisava uma das propostas. Ele sinalizou apoio ao projeto do governo que unifica apenas dois tributos federais (PIS/Cofins), mas que também enfrenta resistências de alguns setores. A administrativa sofre resistência tanto de parlamentares de oposição como de governistas, que já falam em adiar as discussões para 2023.