Publicado em: 11 de novembro de 2022
Ao elencar o combate à fome como a principal missão de seu governo e de sua vida, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chorou. O discurso para a base aliada foi realizado na manhã de quinta-feira (10), no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde a equipe de transição de governo está trabalhando. Se quando eu terminar o mandato, cada brasileiro tiver tomando café, almoçando e tiver jantando, eu terei cumprido a missão da minha vida, disse o petista, que nasceu no sertão de Pernambuco, tendo enfrentado a seca e uma infância pobre, o que obrigou sua família a migrar para o estado de São Paulo.
Visivelmente emocionado, Lula enfatizou que a única razão pela qual disputou as eleições presidenciais é tentar reestabelecer a dignidade do povo brasileiro. Airmou, ainda, que não esperava ver o Brasil de volta ao Mapa da Fome. “Desculpa, mas o fato, é que eu jamais esperava que a fome ia voltar a esse país. Quando eu deixei a Presidência, dez anos atrás, esse país estaria igual a França, a Inglaterra, esse país teria evoluído no ponto das conquistas sociais. Esse país levou o impeachment de uma mulher. Esse país viveu o maior processo de negação da política que eu conheço na História”, lamentou.
De acordo com o Segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, publicado em junho, 33,1 milhões de pessoas estão passando fome. Este patamar, lembra o jornal Estado de Minas, é o mesmo verificado há 30 anos. Apesar disso, em várias oportunidades, o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, negou a existência dos problemas, postura que foi duramente criticada por Lula, durante a campanha eleitoral.
METAS Ao lado do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, e da futura primeira-dama, Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja, discutiu as metas do novo governo com parlamentares aliados.
Lula também falou sobre o receio que o mercado financeiro tem de que o novo governo fure o teto de gastos. No entanto, o petista destacou que, em sua avaliação, esta preocupação não considera o papel do Estado como provedor de políticas sociais. Por que as mesmas pessoas que dizem que é necessário cortar gastos, fazer superávit e teto, não discutem a questão social deste país? Por que o povo pobre não está na planilha da economia e por que a gente tem meta de inflação e não tem meta de crescimento?, questionou.
TETO DE GASTOS Segundo o Correio Braziliense, a discussão sobre como o novo governo comandará a política fiscal vem sendo tema de discussões entre políticos e agentes financeiros. O mercado vem reagindo com preocupação. Isto porque o governo de transição fala em retirar o programa social Bolsa Família do teto de gastos. Durante o discurso de Lula, observa o jornal, a Bolsa de Valores operava em baixa de 2,74%.