- Crédito da Foto: Reprodução/Redes Sociais - Publicado em: 6 de janeiro de 2025
Duas funcionárias e a gerente de um pet shop situado no bairro do Imbuí, em Salvador, foram vítimas de injúria racial, agressão e ameaça. A suspeita é uma cliente da loja. O caso aconteceu no último sábado (4) e está sendo investigado pela Polícia Civil da Bahia (PCBA).
O incidente foi gravado em vídeo por uma testemunha que também fazia compras no local. Nas imagens, é possível ver e ouvir a acusada, que não teve a identidade divulgada pelas autoridades policiais, dizer à gerente que estava exaltada e reclamar da forma como, supostamente, havia sido foi atendida por uma funcionária.
A mulher, que se identificou como juíza, ainda ameaçou as trabalhadoras, afirmando que as mesmas “iriam sofrer as consequências”. Na sequência, ela chamou a gerente de “petista, baixa e preta”, além de ter tentado arrancar o celular da mão da pessoa que filmava.
Segundo a Polícia Civil, a suspeita alegou ter sido xingada e agredida fisicamente por vários funcionários do estabelecimento, inclusive dois seguranças da loja Petz, onde o incidente aconteceu.
A acusada também reclamou de ter sido gravada sem autorização. Ela não foi presa. E, até o momento, o estabelecimento não se pronunciou sobre o caso.
COLABORADORA DA MATERDEI – Informações preliminares apontam que a cliente que cometeu o delito, ao contrário do que disse, não pertence a qualquer cargo do Poder Judiciário. Ela seria, na verdade, gerente de operações na rede hospitalar MaterDei.
Por meio de nota, a Assessoria de Comunicação (Ascom) da unidade de saúde informou que está ciente do ocorrido envolvendo uma de suas colaboradoras. Também ressaltou que “repudia qualquer ato de discriminação, racismo, etarismo, homofobia, bullying ou qualquer forma de preconceito que viole os direitos humanos e desrespeite as diferenças”.
No documento, a MaterDei também garantiu que uma sindicância será instaurada, a fim de apurar as circunstâncias dos fatos e de determinar as medidas a serem tomadas.
O hospital afirmou, ainda, que, até a finalização da investigação interna, sua colaboradora será mantida afastada de todas as suas funções na unidade. “Ao longo de sua história, a Rede MaterDei de Saúde sempre manteve e continuará a manter uma postura firme e inegociável contra todas as formas de discriminação e preconceito. O episódio ocorreu fora das instalações do hospital. Ainda assim, será instaurada uma sindicância interna, para apuração dos fatos e definição das medidas a serem tomadas. De imediato, enquanto a sindicância acontece, e até a definição final, a colaboradora em questão estará afastada das suas funções”, frisou.
VÍTIMA ABALADA – Uma das mulheres vítimas de racismo, que preferiu não se identificar, confirmou o ocorrido. Ao portal de notícias g1, ela disse estar profundamente abalada com a situação.
A Associação dos Magistrados da Bahia (Amab) também se manifestou sobre o caso. A entidade reforçou que a suspeita não integra os quadros da Magistratura baiana e repudiou a conduta da acusada. “A Amab reitera que tanto a entidade quanto o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA) repudiam, veementemente, qualquer prática de racismo, conduta inadmissível e configurada como crime, passível de punição nos termos da legislação brasileira”, declarou.
Além disso, reiterou “o compromisso da Magistratura baiana com a ética, o respeito à Constituição da República, aos direitos humanos e a construção de uma sociedade justa e igualitária”.
A Polícia Civil da Bahia destacou que diligências e oitivas estão sendo realizadas, a fim de apurar todas as circunstâncias do caso.
*Com informações do g1 BA.