Publicado em: 8 de abril de 2019
Apontado como articulador do governo na reforma da Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira (8) que não tem temperamento ou pretensão de ser coordenador político.
No mês passado, depois de uma série de atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Guedes chamou para si as negociações pela aprovação da proposta do governo.
Uma rodada de reuniões com bancadas foi organizada pelo ministro na última semana, quando ele recebeu parlamentares do PSL e PSD em seu gabinete. “Eu não tenho a pretensão de ser coordenador político. Vocês viram meu desempenho lá”, afirmou Guedes nesta segunda, em referência à audiência pública na Câmara, na semana passada, que foi marcada por tom agressivo do ministro em uma reunião que foi encerrada antes da hora, com bate-boca e confusão. “Não tenho propriamente um bom temperamento para fazer essa função”, ressaltou, em seminário organizado pelos jornais O Globo e Valor Econômico.
De acordo com o ministro, a coordenação da reforma da Previdência está a cargo do secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. Na avaliação do ministro, a melhora no ambiente e na relação entre governo e Congresso na última semana foi um “choque de acomodação”.
“Uma lei básica de relacionamento é respeitar para ser respeitado. Se o presidente não respeitar a política, a política não vai respeitá-lo”, disse. No encontro, Guedes voltou a afirmar que a proposta de mudança nas regras de aposentadoria combate privilégios. “Nossa reforma vai em cima de quem ganha mais. No final, um gari e um deputado vão terminar do mesmo jeito”, afirmou. Com informações da Folha.