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Impeachment ronda Trump após condenações de ex-assessores


Publicado em: 23 de agosto de 2018


 

Diante das crescentes suspeitas envolvendo assessores diretos seus, o risco de o presidente Donald Trump sofrer um impeachment no Congresso é hoje maior do que o de uma condenação na Suprema Corte por obstrução da Justiça, conspiração com os russos ou crimes financeiros, afirmam advogados ouvidos pela Folha.

Segundo a publicação, é improvável que ocorram grandes movimentações antes das eleições legislativas, em novembro próximo. Na última segunda (21), o presidente levou dois golpes na batalha para provar, ao menos para a opinião pública, que não tem nada a esconder. Primeiro, seu ex-advogado Michael Cohen admitiu ter pago pelo silêncio da atriz pornô Stormy Daniels, que alega ter mantido um caso com o presidente antes de ele se eleger, e de uma ex-modelo da revista Playboy a mando de Trump.

Quase ao mesmo tempo, seu ex-chefe de campanha, Paul Manafort, foi condenado por crimes financeiros. A pena prevista é dez anos de prisão. Além disso, o presidente está enrolado em acusações de obstrução de Justiça por demitir agentes do FBI que investigam a relação de sua campanha com Moscou.

O pagamento feito por Cohen às mulheres durante a campanha de 2016, não declarado, fere as regras sobre financiamento eleitoral e é ilegal, explica Susan Low Bloch, professora de direito da Universidade de Georgetown.

Trump tem se defendido nas redes sociais, afirmando que as violações “não são um crime” e que pagou com dinheiro do próprio bolso. Mas processar um presidente criminalmente no exercício do mandato não é praxe nos Estados Unidos.

O entendimento de especialistas é que o julgamento deve ser político, feito pelos membros da Câmara dos Representantes e do Senado. A Constituição não é clara sobre a questão, mas não há precedentes na história do país.

Até hoje, os Estados Unidos nunca tiveram um presidente demovido em impeachment. Caso Trump sobreviva ao impeachment, e não seja reeleito, ele ainda pode ser acusado depois de deixar o cargo. Nesse caso, seria julgado como um cidadão americano comum.

FONTE: Bnews