Publicado em: 23 de abril de 2018
Desde que anunciou pré-candidatura ao governo da Bahia, dia 7 desde mês, as críticas de Ronaldo ao governador só aumentaram.
Foi em dezembro de 2017, durante evento com a imprensa de Feira de Santana para balanço anual, que o então prefeito José Ronaldo (DEM) mudou o tom ao se referir ao governador Rui Costa (PT) e surpreendeu com duras críticas. Desde que anunciou pré-candidatura ao governo da Bahia, dia 7 desde mês, as críticas só aumentaram. Questionado pelo Acorda Cidade durante coletiva na Micareta se essa é uma boa estratégia, o democrata afirmou que trata-se de mostrar a realidade dos fatos. Na entrevista, Ronaldo também disse que quer o apoio do MDB, diferente de ACM Neto (DEM). Leia na íntegra.
Coletiva de Imprensa – Enquanto o governador Rui Costa tem preferido não se envolver em polêmicas nem responder críticas, o senhor resolveu ir para cima. Qual estratégia acredita que funcione mais?
José Ronaldo – Eu vou falar à Bahia a verdade das coisas, relatar os fatos… Se o governador vai responder ou não, é questão dele. Não estou falando para atingir nem ofender ninguém, que isso nunca foi meu feitio, mas apenas a realidade dos fatos. Eu estou levantando a Bahia como um todo, buscando informações por todos os municípios, todas as regiões, mesmo porque sou candidato ao governo do estado, então eu tenho que falar o que eu acho, o que eu penso e o que eu quero para a Bahia. Se eu estou me candidatando a governador é porque não estou satisfeito com o que estou vendo no estado, eu desejo mudanças, desejo transformações, desejo paz para o cidadão. Estou falando com pessoas de municípios longe, que tem 8, 10 mil habitantes e aí eu pergunto: “Qual é o problema aí?” E eles: “Não temos a mínima segurança em sair de casa”. Antigamente isso era só nas grande cidades, então virou o estado inteiro. Todo mundo fala isso, todo mundo fala da Central de Regulação. Eu pergunto se foi construída uma escola nos últimos anos no município pelo estado e as pessoas dizem que não. Nós só estamos fazendo levantamento. O caso que eu falei, específico, foi de Santo Estevão, porque é um fato real. O governo montou uma força tarefa, investiu um bom dinheiro para fazer uma mega estrutura, para fazer um ato de anúncio de alguma coisa e o seu release distribuído à sociedade disse que ia inaugurar a primeira etapa de um esgotamento sanitário. Eu investiguei isso e vi que essa obra foi feita pela prefeitura municipal de Santo Estevão na primeira gestão do Rogério e na gestão do Orlando Santiago, que fizeram essa obra com recursos que eles conseguiram em Brasília. Então, não foi uma obra feita pelo ilustre governador. Fez lá uma reforma em um prédio, uma coisa muito simples, chamou prefeitos da Bahia inteira para fazer um evento político, muitos foram para receber uma ambulância, um trator, frutos de emendas parlamentares dos senhores deputados estaduais da Bahia, que receberam e entregaram isso. A verdade é que embora tenha sido em Santo Estevão, não levou nada de benefício para Santo Estevão. Sobre os outros municípios, eu falarei posteriormente, em outras oportunidades.
CI – O que passa na cabeça do senhor, caso o senhor seja eleito, em relação a segurança pública?
JR – Tem que ser feito algo com rigor, com determinação, com coragem, com ações concretas, com investimentos concretos. Vou dar dois exemplos práticos. Eu estava indo para Salvador e tinham 42 placas de outdoors entre Feira e Salvador, de propaganda. Algumas dessas placas diziam que tinham sido colocados dois mil novos carros para polícia. Na hora que você ver isso, você pensa que havia três mil e agora passou para cinco mil, que melhorou, e não é nada disso. É apenas substituição dos carros que ficaram ruins. Quando você faz uma propaganda dessa dá a entender que a frota foi ampliada. Outro outdoor dizia o seguinte: mais de tantos mil policiais novos, mas não são, são alguns que fizeram concurso, foram chamados substituindo alguns que foram afastados, que se aposentaram, estão de licença médica, não estão trabalhando por alguma razão… Não aumentou a tropa, é a mesma.
CI – A oposição vai se unir ou não?
JR – Claro. Com certeza absoluta. Não vejo a mínima chance da oposição não se unir e eu entendo que isso tem que ser no máximo nos primeiros dias de maio. Claro que é o meu desejo, não posso mandar na vontade de ninguém, mas desejo isso e busco isso.
CI – Quantos partidos o senhor pretende trazer para a base?
JR – São muitos os partidos que eu estou conversando, que estavam conversando com ACM Neto e esses partidos continuam conversando conosco. Claro que todo esse processo estava sendo conduzido pelo prefeito ACM Neto, pelo vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis, eu estou participando também agora, mas eu pedi que eles me ajudem dentro desse processo já que estou com outras missões também de manter contato com os municípios, iniciando já viagens para os municípios.
CI – Comenta-se muito que o senhor teria ido para o sacrifício, atendendo a um pedido do partido para que saísse ao governo do estado, quando a vontade do senhor era sair candidato a senador…
JR – A coisa não é bem assim, a minha vontade era sair para senador, porque eu entendia que Neto era o nosso candidato ao governo do estado. Na hora que ele não saiu para ser candidato a governador, evidentemente que ficou essa hipótese de disputar a vaga de governador. Algumas pessoas me pediram, não foram poucas, e também partidos políticos e eu assumi essa responsabilidade com muita coragem, com muita determinação, com muito afinco, estou trabalhando muito, só está começando, vou trabalhar muito mais, vou fazer com muito amor esse processo todo, vou levar sempre aquilo que eu entendo que é a verdade para o povo baiano, vou conversar ao máximo possível. Não vai ter condição de visitar todos os municípios, mas vou visitar o máximo do máximo que o tempo permitir. Vou levar a minha mensagem e o povo vai decidir no dia 7 de outubro.
CI – ACM Neto disse que não que r o MDB…
JR – Esse foi um assunto que aconteceu. Quando eu anunciei a candidatura, ele deu essa entrevista em Feira de Santana que teve uma grande repercussão. Eu já disse e vou repetir que aqui Colbert Martins é o meu prefeito, é do PMBD; Herzem Gusmão é um prefeito [de Vitória da conquista] amigo meu, é do PMDB; Rodrigo Hagge, [prefeito] de Itapetinga é do PMDB. Existem outros prefeitos mais na Bahia, em várias regiões da Bahia, que também são do PMDB. Eu desejo o apoio dessas pessoas e desejo o apoio também do PMDB.
CI – Feira de Santana será um parâmetro para mostrar a campanha de José Ronaldo?
Minha vida política, a base, é Feira de Santana. Nunca neguei, tenho muito prazer disso, muito amor a esta cidade, sempre disse isso, continuarei dizendo e levarei até os últimos dias da minha vida esse amor. Não há a menor dúvida que eu vou falar muito da Bahia a fora, mesmo porquê, quando eu chego no lugar o povo diz assim: ‘esse é o homem de Feira de Santana’.
Orisa Gomes