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Legisladores democratas publicam ata de acusações contra Trump


Publicado em: 10 de dezembro de 2019


 

Presidente foi acusado de abuso de poder e de obstrução ao Congresso

 

Os legisladores democratas publicaram nesta terça-feira a ata com as acusações de abuso de poder e obstrução ao Congresso contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como parte do processo de pré-votação sobre se o presidente será submetido a um julgamento político. De acordo com a ata de nove páginas publicada pelo Comitê Judiciário da Câmara de Representantes, o chefe de Estado foi acusado de abuso de poder por reter ajuda militar para a Ucrânia em troca de o país iniciar uma investigação contra Joe Biden, ex-vice de Barack Obama e pré-candidato à presidência; e de obstrução ao Congresso por contestar as citações durante a investigação.

“Nós não tomamos essa ação empolgados, mas fizemos um juramento de defesa da Constituição. Ao contrário do presidente Trump, entendemos que nosso dever é, antes de tudo, proteger a Constituição e proteger os interesses do povo americano. É por isso que devemos dar esse passo solene hoje”, disse o presidente do Comitê, Jerry Nadler. Ao lado da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, ele defendeu que o mandatário cometeu “altos crimes e delitos”, solicitando interferência estrangeira nas eleições de 2020 e bloqueando os esforços da Câmara para investigar o assunto. Ao fazer isso, disseram os democratas, Trump traiu o país e seu juramento, engajou-se em “encobrir” sua própria suposta má conduta e “ignorou e feriu os interesses da nação”.

Nadler avaliou que os artigos do impeachment descrevem como Trump “comprometeu nossa segurança nacional e ameaçou a integridade de nossas eleições” e, posteriormente, “tentou esconder evidências”, quando tentou bloquear o acesso dos investigadores às principais testemunhas e documentos como parte de sua investigação. Acrescentou ainda que o presidente “se envolveu em um desafio sem precedentes, categórico e indiscriminado”.

Acusações são infundadas, diz Casa Branca

A Casa Branca criticou o documento disse que Trump “abordaria essas acusações falsas no Senado”, de maioria Republicana, depois que o presidente não participou dos procedimentos da Câmara, onde a maioria é Democrata. “O anúncio de dois artigos infundados de impeachment não prejudica o presidente, prejudica o povo americano, que espera que seus funcionários eleitos trabalhem em seu nome para fortalecer nossa nação”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Stephanie Grisham, em comunicado. “O presidente abordará essas falsas acusações no Senado e espera ser totalmente exonerado, porque ele não fez nada de errado”.

Esta é a quarta vez que um presidente dos EUA está encarando a séria perspectiva de não encerrar seu mandato. A Câmara votou pelo impeachment de Andrew Johnson e Bill Clinton, ambos absolvidos pelo Senado. Já Richard Nixon, mergulhado no escândalo Watergate, renunciou antes que os artigos de impeachment fossem para o plenário da Câmara.