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Mensagens podem ser verdadeiras, mas com detalhes ‘falseados’, diz Dallagnol


Publicado em: 26 de julho de 2019


Procurador citou ficha criminal de suspeitos e disse que não é amigo íntimo de Moro

 

O procurador federal Deltan Dallagnol disse à rádio CBN nesta sexta-feira (26) que sempre reconheceu a invasão em sua conta no Telegram, assim como a possibilidade de hackeres terem extraído informações verdadeiras do aplicativo.

Segundo o jornal O Globo, Dallagnol, no entanto, reiterou que não reconhece a autenticidade das mensagens publicadas pelo site The Intercept Brasil e outros veículos de imprensa.

De acordo com a publicação, o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba ainda fez referência às fichas criminais dos quatro suspeitos presos na última terça-feira pela Operação Spoofing e se defendeu em relação à reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal “Folha de S. Paulo” com a informação de que fez palestras para uma empresa citada em delação da Lava Jato.

“Várias análises mostraram que os diálogos são falseáveis. A origem são pessoas acusadas de crimes, inclusive de falsificação, e quem tem o documento com os diálogos não o apresentou para verificação”, disse o procurador, em alusão à condenação de Walter Delgatti Neto, o principal suspeito, por estelionato e à prisão do DJ Gustavo Henrique Elias Santos por receptação e porte ilegal de arma.

Dallagnol chegou a exemplificar fatos incluídos nos diálogos já divulgados como exemplo de possíveis alterações. Ele  pontuou que não seria possível comparar as informações veiculadas com os dados de seu próprio celular, já que teria recebido orientações institucionais para excluir sua conta no Telegram, e isso teria eliminado os registros.

“Os diálogos falam de uma denúncia contra venezuelanos que nunca aconteceu. Falam de um pedido de mandado de busca e apreensão contra Jaques Wagner (senador pelo PT-BA) que não aconteceu. Quiseram dizer que o objetivo era influenciar no resultado eleitoral, mas as mensagens são de dois dias úteis das eleições, seria impossível fazer o pedido, o juiz decidir e a polícia se programar”, afirmou.