- Crédito da Foto: Pedro Ribas/ANPr/Divulgação - Publicado em: 24 de fevereiro de 2022
Vice-presidente comparou ação russa com nazismo e defendeu ‘uso da força’, além do ‘mundo ocidental’ à Ucrânia
Em entrevista coletiva realizada na quinta-feira (24), em Brasília, o vice-presidente Hamilton Mourão se manifestou e afirmou que “o Brasil não está neutro” a respeito dos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, que se intensificaram após o Exército do país liderado por Vladimir Putin bombardear o vizinho.
“Se não houver uma ação bem significativa, e, na minha visão, meras sanções econômicas, que é uma forma intermediária de intervenção não, funcionam. Vamos lembrar que o Iraque passou mais de 20 anos sob sanção econômica e nada mudou, o Irã está não sei há quanto tempo sobre sanção econômica, também nada mudou”, declarou o general, que criticou o ataque russo e previu retrocessos com o sistema internacional “rachado”.
“Nós vamos voltar para o tempo das cavernas, onde cada um faz o que quer e bem entende e não há respeito entre os povos, entre as nações. Conceito de soberania se dissolve a partir do momento em que um estado mais forte julga que ele pode meter a mão num estado mais fraco e continuar tudo como dantes”, disse Mourão, defendendo ainda que é preciso “haver o uso da força” e “um apoio à Ucrânia, mais do que “está sendo colocado”.
O vice-presidente afirmou também que a invasão russa gera precedentes e comparou a movimentação de Putin ao nazismo. “Se o mundo ocidental pura e simplesmente deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo vai ser a Moldávia, depois serão os estados bálticos, e assim sucessivamente, assim como a Alemanha hitlerista fez no final dos anos 1930”, afirmou.
Questionado sobre o posicionamento do Brasil diante do conflito, Mourão disse que o país tem tomado posicionamento dentro da ONU, respeitando os princípios básicos do direito internacional de não intervenção e disse que, por enquanto, não há outra coisa a fazer além disso.
Sobre o uso de organismos multilaterais para intervir, Mourão afirmou que cabe uma decisão do Ministério de Relações Exteriores e do presidente Jair Bolsonaro, mas afirmou que o país tem um posicionamento.
“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano, isso é uma realidade”, declarou.