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Na base de ACM Neto, João Leão anuncia voto em Bolsonaro, em março, Leão, mesmo indo para a base de Neto, disse que faria campanha para Lula no estado


- Crédito da Foto: Divulgação | PP - Publicado em: 9 de outubro de 2022


“Minha intenção é apoiar Lula. Só se ele não quiser o meu apoio”, disse Leão sobre Lula em março, quando aderiu à campanha de ACM Neto (União Brasil)

O vice-governador João Leão (PP) resolveu declarar abertamente o apoio a Jair Bolsnoaro (PP) à reeleição em evento realizado no município de Barra. Em março, quando rompeu com o governador Rui Costa (PT) para ir para a base de ACM Neto (União Brasil), ele disse que mesmo desfazendo a aliança com o petista baiano, apoiaria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República.

No vídeo, que pode ser conferido abaixo, o pepista declara que “chega de PT”, “que tomou juízo” e “quer uma vida nova”.

A nova declaração de Leão é conflitante com as declarações que deu em março, quando rompeu com o PT no estado. Na ocasião, João Leão disse que seu candidato à presidência da República será Luiz Inácio Lula da Silva. “Lula me conhece, conhece minha história, e ele quer voto. Meus votos são dele. E estou à disposição para ajudá-lo a ter uma votação estrondosa na Bahia”.

Com a realidade dos resultados do primeiro turno, contudo, quando seu filho, o deputado federal Cacá Leão (PP), não sendo eleito ao Senado e ACM Neto atrás quase 10% de Jerônimo Rodrigues (PT) na corrida ao Palácio de Ondina, o vice-governador se movimenta para garantir a relevância do seu partido no estado. João Leão se elegeu deputado federal e chegará ao Congresso no dia 1º de janeiro de 2023.

Após a apuração do dia 2 de outubro, políticos baianos filiados ao PP passaram a declarar apoio a candidatura de Jerônimo Rodrigues, esvaziando o palanque do ex-prefeito de Salvador.

Na quarta-feira, 5, o governador Rui Costa admitiu que mantém contato com integrantes do PP para que o partido volte a integrar a base governista.

“Alguns eu diria que estavam de coração conosco, alguns tentaram inclusive gravar o programa eleitoral sem a imagem do candidato a governador ao fundo, mas não foi permitido isso. E agora eles voltam para onde seu coração e seu desejo já queria estar desde o primeiro turno, porque não foram eles que tomaram a decisão e em alguns casos foram as direções dos partidos. Nós estamos conversando com todos eles, hoje temos mais anúncios e amanhã também”, explicou o governador durante agenda em Salvador.

Na última semana, os prefeitos de Novo Horizonte, Djalma Anjos (PP), e de Serrinha, Adriano Lima (PP), declararam apoio a Jerônimo.

Reação

O presidente de honra do MDB baiano, Lúcio Vieira Lima, publicou em suas redes sociais um vídeo no qual reage à declaração de apoio do vice-governador a Bolsonaro. Lúcio questiona o porquê de não ter feito esse anúncio ainda no primeiro turno.

“Meus amigos, minhas amigas, acabei de receber agora via WhatsApp uma declaração do atual vice-governador da Bahia. Me chamou atenção na fala dele dois pontos. O primeiro, quando ele diz que está apoiando agora no segundo turno o atual presidente da República. Ora, por que essa declaração ele não deu no primeiro turno? Ao contrário, no primeiro turno ele disse que apoiava e que votava no ex-presidente Lula. Então, o que fez mudar? Não teve nenhum fato novo. Era apenas porque Lula é muito forte na Bahia e para atrair os votos de Lula no candidato a governador, o ex-prefeito de Salvador”, comenta Lúcio.

O dirigente do MDB baiano, no entanto, congratula Leão por ter declarado que tem lado, o que, de acordo com ele, é o posicionamento de um líder. Diferente, diz Lúcio, de ACM Neto, que não declara o seu apoio e, por isso, não tem a postura de liderança para governar a Bahia.

“Eu quero parabenizar, apesar de ser o lado só no segundo turno, mas é a posição de um líder ter que dizer ‘eu tenho lado e meu candidato é esse’, enquanto o ex-prefeito de Salvador, segundo ele, está de um lado e está de outro, então nem para dizer que está em cima do muro ele diz. Está pulando de um lado ou para e de outro de acordo com a conveniência. Isso não é um comportamento de um líder, não é um comportamento de quem quer governar a Bahia”, aponta o presidente de honra do MDB.

A Tarde