- Crédito da Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília - Publicado em: 20 de agosto de 2023
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã de sexta-feira (18), o atual Comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Klepter Rosa Gonçalves. O mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi cumprido no âmbito da Operação Incúria, deflagrada, em conjunto com a Procuradoria-Geral da República (PGR), com o objetivo de investigar a participação de agentes da Segurança Pública nos atos criminosos de 8 de janeiro.
O ex-comandante da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira, também está entre os presos. A PF mira a cúpula da Polícia Militar do DF. Outros coronéis da PM também são alvos de sete mandados de prisão e sete de busca e apreensão. As ordens judiciais também incluem o cumprimento de mandados de bloqueio de bens e de afastamento de funções públicas.
Segundo o jornal Estado de Minas, Klepter Rosa assumiu o maior cargo da PMDF durante a intervenção federal, após os ataques às sedes dos Três Poderes da República, no dia 8 de janeiro, em Brasília. No dia da tentativa de golpe de Estado, Klepter ocupava o posto de subcomandante-geral da corporação.
Conforme o pedido do subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, os oficiais investigados poderiam ter atuado para evitar a invasão ao STF, ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional. A PGR entendeu as condutas dos militares como omissão, em razão de alinhamento ideológico com os invasores que vandalizaram os prédios dos Três Poderes.
De acordo com a CNN Brasil, o coronel Fábio Augusto já havia sido preso, em janeiro, após os atos golpistas. O militar, portanto, foi preso pela segunda vez, por suspeita de omissão.
Por meio de nota, a PMDF informou que a Corregedoria da Corporação acompanha o andamento da Operação Incúria. Os pedidos feitos por Carlos Frederico Santos, que também coordena o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos (GCAA), partiram do resultado de apurações realizadas, nos últimos oito meses, por equipes da PGR.
O órgão disse, por meio de nota, que “os denunciados conheciam previamente os riscos e aderiram de forma dolosa ao resultado criminoso previsível, omitindo-se no cumprimento do dever funcional de agir”. Na quinta-feira (17), a PGR denunciou sete militares do Comando da PM do Distrito Federal, suspeitos de conivência no 8 de janeiro.
Segundo o portal de notícias G1, os outros militares alvos da ação policial de hoje são: Jorge Eduardo Barreto Naime; Paulo José Ferreira de Souza Bezerra; Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues; Major Flávio Silvestre de Alencar; e o Tenente Rafael Pereira Martins.
O coronel Jorge Naime, ex-chefe de operações da PMDF, no entanto, já se encontrava preso desde o dia 7 de fevereiro. Ele foi alvo da 5ª fase da Operação Lesa Pátria. O major Flávio Silvestre de Alencar também foi preso na mesma ocasião, e voltou a ser detido na 12ª fase da Lesa Pátria, em maio, estando privado da liberdade até o dia de hoje.