Publicado em: 21 de novembro de 2024
Um plano golpista denominado “Punhal Verde e Amarelo”, com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), incluía o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio de explosivos ou envenenamento. A informação foi revelada pela Polícia Federal durante a Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19), que resultou na prisão de quatro militares e um policial federal suspeitos de envolvimento no esquema.
De acordo com a PF, os conspiradores consideravam “aceitáveis” os danos colaterais decorrentes da execução de Moraes, incluindo a morte de sua equipe de segurança e até dos próprios executores. O objetivo do grupo era “neutralizar” o ministro, visto como um obstáculo para a implementação do golpe. A investigação apontou que, no documento do plano, os danos colaterais relacionados à morte de Moraes eram descritos como “100% passíveis” e “100% aceitáveis”.
O material apreendido pela PF também inclui detalhes sobre os requisitos operacionais e armamentos necessários para a execução do atentado. Os metadados indicam que o plano foi elaborado pelo general da reserva Mário Fernandes, que ocupava o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
O planejamento previu diferentes formas de execução do ministro, incluindo o uso de artefatos explosivos e envenenamento, especialmente em eventos públicos. O relatório da Polícia Federal também destaca que os riscos associados à operação eram elevados, tanto para a captura dos envolvidos quanto para as mortes (termo militar usado para as baixas).
“A análise do uso de armamentos extremamente letais, incluindo explosivos e envenenamento, demonstra que o grupo estava disposto a levar adiante o assassinato do ministro Alexandre de Moraes como parte do plano golpista”, conclui o relatório da PF.